Portas abertas na “Casa do Samba”

Rosildo Barcellos*

Quanto toco tua boca
Sinto viajar por um segundo
Quanto te beijo mais forte
Sinto dar a volta pelo mundo

Minha vida é muito louca
Quanto choro de verdade inundo
E é um rio…
Mas não vou deixar a sorte
De poder te amar de mais profundo

Quero me perder nas ondas
Do mar que se abre em nossa história
Navegar sem temer
Naufrágios, temporais

Ir sempre a favor do vento
Me esquecer dos dias, me livrar das horas
Não procurar por cais
Ou pontos cardeais

Quando vejo teu sorriso
Quero nunca mais deixar de te olhar
Quando ouço a tua voz
Quero nunca mais parar de te escutar

Sinto que é o paraíso
Teu abraço, tua pele a me roçar… e o rio…
Do meu sangue mais veloz
Percorrendo meu corpo
Ao te ouvir cantar

Mesmo o céu sem as estrelas
No cerrado as árvores sem ninhos
Se o sol não mais se por
Nem mesmo amanheça

Eu sei que o tempo tem a força
De mudar destinos
Desviar caminhos
Mas só te peço amor…

Nunca me esqueça

 

(Nunca me esqueça – Juci Ibanhez)

Em seu CD “Muito Prazer” deparamo-nos, de agradecimento ao Criador até Arrastão (1965), música de Edu Lobo e letra do poeta Vinícius de Moraes. que ganhou com Elis Regina (a Pimentinha) o I Festival Nacional da Musica Popular Brasileira, faturando  para seus autores a quantia de 10 milhões de cruzeiros e um berimbau de ouro. Mostrou o seu lado compositora com o CD “Morada no Samba”. Com várias composições suas. Na verdade, ela fazia composições desde tenra idade, mas tudo ficava guardado, mas graças a Deus o baú abriu! Sua inspiração esta fundamentada nas histórias vividas e que a chamam a atenção e com muita propriedade fala de amor e como ela mesma diz: “Tenha foco e faça o seu melhor!”

Cantar é a forma mais pura de se expressar emoções e de emocionar alguém. Uma música pode te levar a lugares inimagináveis de se ter e de se entender. E assim, como seu cabelo, que já foi undercut, rubro de carmim, super loiro e vermelho com as mechas pretas; assim é o campo de abrangência de sua entonação vocal e agrada a todos os estilos. Eu a conheci num 11 de julho na “Noite Especial da Seresta” que trazia para Campo Grande os fabulosos “Demônios da Garoa”, na Praça do Rádio, o que tive a vontade de homenageá-la com este texto, este ano na abertura do Carnaval, a reencontrei chegando a nossa Cidade Branca para sua apresentação, e recentemente ao lado do amigo de longa data, Gustavo de Arruda Castelo, Presidente da Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul, degustando um queijo de búfala.

É a voz feminina mais potente, atualmente, no Mato Grosso do Sul, e que nos faz entender o que é cantar com o coração. Suas influências são partes de uma época muito criativa da música brasileira, o tropicalismo, pagode e o samba. Não obstante, nessa mescla de ritmos regados a regionalidade, temos uma cantora cujo canto é pra emocionar o mais recôndito lugar dos sentimentos. Lá aonde a dor não tem razão. Por isso… Juci Ibanhez, muito obrigado por ser esta voz que apesar dos problemas e dificuldades, não se cala. Em abril de 2015 estreou na Rádio Educativa FM 104 o programa “Casa do Samba” e agora nesse pós-pandemia, vem retornado paulatinamente, mas com o mesmo vigor suas apresentações e espetáculos. Gonzaguinha, muito sabiamente, escreveu e eu o parafraseio…fique com a pureza da resposta das crianças e que faz a nossa vida mais bonita, para que nós possamos viver e não ter a vergonha de ser feliz… cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz! Sucesso!

*Articulista

 

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