Morre Luis Gustavo, o Beto Rockefeller e Tio Vavá do ‘Sai de Baixo’, aos 87, de câncer

Ator de longa carreira no teatro e na televisão fez papéis marcantes em novelas como ‘O Salvador da Pátria’
GUSTAVO FIORATTO
FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO – O ator Luis Gustavo morreu neste domingo, dia 19, em decorrência de um câncer no intestino, aos 87 anos. A informação foi dada pelo seu sobrinho, o também ator Cassio Gabus Mendes, via redes sociais.

“Luis Gustavo! Informo que meu querido Tatá, faleceu hoje, vítima de câncer! Descanse na luz e na paz! Obrigado por tudo, meu amado tio”, escreveu Mendes.

Entre 1996 e 2002, Luis Gustavo interpretou o simpático Tio Vavá, chefe de uma família um tanto disfunciona no programa humorístico “Sai de Baixo”, da Globo, ao lado de Miguel FalabellaAracy Balabanian e Marisa Orth.

Conhecido entre amigos e familiares por ser um sujeito bem-humorado e sempre disposto a se divertir também na vida real, Luis Gustavo explorou sua veia cômica desde o início da carreira nos anos 1950, e com esse registro assumiu, tal qual Tio Vavá, papéis carismáticos de novelas e séries televisivas.

Filho do diplomata, professor e escritor espanhol Luiz Amador Sanchez com a atriz Helena Blanco, Luis Gustavo, ou Tatá para amigos, nasceu em 1934 em Gotemburgo, cidade sueca onde seu pai foi cônsul da Espanha. Antes de completar cinco anos, com a transferência do pai para Brasil, ele se mudou para o Rio de Janeiro e logo para São Paulo, onde se naturalizou brasileiro.

A estreia, no início dos anos 1960, foi em uma peça de teleteatro chamada “Mas Não Se Matam Cavalos?”, adaptação de romance de Horace McCoy. Luis Gustavo entrou para o elenco para substituir o ator Walter Avancini, que adoecera na véspera.

Apesar do sucesso da montagem, Luis Gustavo não se dedicou à carreira teatral, com ressalva de algumas investidas. Em 1985, por exemplo, atuou na peça “Baixa Sociedade”, comédia escrita por Juca de Oliveira. Em cena, também estavam Cássio Gabus Mendes, Eliana Barbosa e Ana Cláudia Bringel.

Seu primeiro grande papel em novelas, ou ao menos o personagem que deu a ele uma projeção até então não experimentada, foi o protagonista homônimo da novela “Beto Rockfeller”, de 1968, um tipo conquistador, gentil e espertalhão.

​Em 1976, a Globo contratou Luis Gustavo, e sua estreia na emissora se deu na novela “Anjo Mau”, escrita pelo genro. Mas foi em 1982 que voltou a fazer um papel de popularidade máxima, o detetive atrapalhado Mario Fofoca, com seus ternos quadriculados, na novela “Elas por Elas”, também de Gabus Mendes.

Ainda houve o charlatão Victor Valentim, de “Ti-ti-ti”, de 1985, e sua atuação em “Mico Preto”, de 1990, em que o ator interpreta um funcionário público honesto nomeado procurador de uma milionária e que, com o desaparecimento dela, tem de assumir uma grande empresa.

Os papéis cômicos se acumulam, até que em “O Salvador da Pátria”, de 1989, numa participação especial, Luis Gustavo interpreta um radialista inescrupuloso, assassinado nos primeiros capítulos.

Seus últimos trabalhos na Globo foram “Brasil a Bordo” e “Malhação: Vidas Brasileiras”, ambos exibidos em 2018.

O ator se casou três vezes, com Heloísa, com quem teve um filho, com a atriz Mila Moreira e com a atriz Desirée Vignolli, com quem teve o segundo filho. Ele era irmão de Helenita Sánchez Blanco, viúva de Cassiano Gabus Mendes, e tio dos atores Tato Gabus Mendes e Cássio Gabus Mendes.

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