Uma das medidas é o financiamento de projetos científicos que possam ajudar na neutralização dos gases que prejudicam o meio ambiente. O edital da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado) lançado pelo governador Reinaldo Azambuja prevê R$ 4 milhões de investimento.
“Com certeza são medidas bem-vindas e que são de extrema importância, sendo mais uma alternativa para tratar da questão do clima. Precisamos potencializar estes projetos que visam proteger o meio ambiente, estamos por exemplo diante de uma crise hídrica”, destacou o diretor-executivo do SOS Pantanal, Felipe Dias.
Fábio Bolzan, consultor associado Wetlands International Brasil, destacou que estas medidas anunciadas pelo Governo seguem uma política adotada desde o início da atual gestão. “Parabenizo e vejo com bons olhos estas ações e projetos do Governo que vai ed encontro com nossos objetivos que visam o bem-estar da população”.O presidente da Ecoa, André Luiz Siqueira, parabenizou a política do Estado de colocar a agenda de mudanças climáticas entre suas prioridades. “O Estado vem se alinhado com as políticas globais, e avança em uma agenda mais proeminente. É fundamental citar que o Estado vem sofrendo com crises hídricas que tem relação direta com o clima, e o governo se preparou para enfrentar esta questão, como nos incêndios florestais. Ele consegue entender o problema macro, para criar as soluções locais. Quem ganha somos todos nós. Carbono zero é uma política de governo importante”
Bolzan citou que o edital lançado pelo governo vai de encontro com importantes iniciativas internacionais em favor do meio ambiente. “Tem a mesma sintonia da iniciativa 20×20, que visa à recuperação de 20 milhões de hectares de áreas produtivas na América Latina e Caribe”, descreveu.
A analista de conservação do WWF-Brasil, Júlia Correa Boock, também elogiou o lançamento do Governo. “O WWF-Brasil reconhece a importância de iniciativas como o edital publicado, que busca acelerar soluções e inovação para a reversão das curvas de emissões de gases de efeito estufa que causam as mudanças climáticas. Devemos investir em ciência e tecnologia para alcançar resultados em escala de maneira urgente, pois já sentimos os efeitos das mudanças no planeta”, complementou.
Prioridade
O governador Reinaldo Azambuja afirmou que faz parte do planejamento estratégico transformar o estado em carbono neutro até 2030. “Temos visto os efeitos causados pelo aquecimento global: secas extremas em algumas regiões, excesso de chuva em outras, e até frio em lugares atípicos. Isso desperta compromisso com a agenda da sustentabilidade”, afirmou.
Ainda destacou que o Estado vai focar neste objetivo, que é reduzir a emissão de gases que prejudicam o meio ambiente e provocam o efeito estufa. “Mato Grosso do Sul está focado nisso. Negar o aquecimento global é negar a evolução da ciência e a importância que os países têm dado à essa agenda”, ponderou.
Para o secretário estadual Jaime Verruck, titular da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), este compromisso em tornar o estado carbono neutro vem sendo desenvolvido desde 2016, com várias iniciativas com foco no desenvolvimento sustentável.
“Temos programas como Prósolo, Carne Orgânica do Pantanal, Plano Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e Ilumina Pantanal, que seguem nesta direção e uma lei estadual de mudanças climáticas. O edital (Fundect) vai trazer a comunidade científica para fazer a avaliação de como está a situação atual do inventário de emissão de carbono no Estado”, ressaltou o secretário.
O edital lançado pela Fundect vai selecionar projetos de pesquisa e inovação nas áreas de Bioeconomia, Biotecnologia, Biodiversidade, Energias Renováveis e Produção Sustentável. Pesquisadores vinculados às Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) e empresas que executam atividades de pesquisa em Ciência, Tecnologia e Inovação.
Leonardo Rocha, Subcom
Foto Capa: Chico Ribeiro