Esse é o segundo Emmy da carreira do brasileiro, que levou uma estatueta em 2018 pela fotografia de um outro episódio de “The Crown”. Ele havia sido indicado em 2017 e 2020 também pela produção da Netflix.
Cena de Diana (Emma Corrin) com o vestido de noiva. Episódio foi dirigido por Adriano Goldman Foto: Des Willie/Netflix
O início
O primeiro emprego como cameraman foi dado a Adriano pelo cineasta Fernando Meirelles, na época dono da Olhar Eletrônico (embrião da atual produtora de Meirelles, O2 Filmes).
— Conheci o Adriano quando ele tinha 16 anos, ao vê-lo sentado por cerca de seis horas na recepção da Olhar Eletrônico, porque queria fazer parte da equipe. Voltou no dia seguinte. Voltou outras vezes até que, um dia, sem perceber, já estava incorporado ao time — lembrou Meirelles em 2016.
O desejo de trabalhar com cinema veio ainda na infância. Goldman se recorda de, aos 10 anos, ter assistido aos documentários do oceanógrafo Jacques Cousteau e ficar fascinado ao realizar que existia uma pessoa por trás da câmera. Na adolescência, já cinéfilo, o fotógrafo conta que chegava a assistir a até quatro filmes por dia. Acabou passando no vestibular para Jornalismo na PUC de São Paulo, curso que frequentou por três anos e largou assim que começou a estagiar no programa jornalístico “TV Mix”, da extinta TV Abril.
Quando uma das produtoras americanas de “O jardineiro fiel” (2005), de Meirelles, perguntou ao diretor brasileiro se indicaria alguém para fazer a fotografia de um novo longa filmado no México, ele sugeriu o nome de Adriano Goldman. O filme era “Sin nombre”.
— Sou filho da Olhar Eletrônico e da O2. Foi onde aprendi a trabalhar — afirma Goldman, que assinou pela primeira vez a direção de fotografia de um longa em “Surf adventures” (2002), de Arthur Fontes.