A professora Rosimar Rodrigues esteve presente com toda a família e pôde verificar a alegria de poder sair de casa com segurança depois de tanto tempo dentro de casa por causa da pandemia. “Nós estávamos passeando aqui no parque e decidimos ficar para assistir ao show. Fazia tempo que nós não saíamos para lugar nenhum. Eu acho importante este momento de voltarmos a nos socializar, tenho dois filhos adolescentes e o emocional deles ficou bastante abalado”.
O cantor e compositor Juninho MPB abriu o show da noite com suas canções compostas para as pessoas que ele ama: seus pais, seus filhos, sua esposa. “É a segunda vez que estou apresentando essas canções. A pandemia ajudou no processo de composição pelo fato de a gente ter que ficar muito tempo dentro de casa. Todas as músicas que eu fiz, elas vieram até mim. Às vezes eu estou em casa e vem a melodia, a letra, e com o tempo vai saindo. É um processo muito natural”.
Juninho afirmou que é um fã do Som da Concha e sempre acompanhou seus amigos músicos na plateia, por várias vezes. “Eu trato a música com muito respeito. Agora aqui, no palco, eu me considero conversando musicalmente com os instrumentos, é uma grande troca. Confesso que mais de um ano, sem palco, sem público, só live, cansa um pouco a gente. A música, o palco é a melhor droga que existe”.
Colega de Juninho MPB e seu grande incentivador a fazer composições, Miguelito subiu ao palco para o show de encerramento. O público foi bastante receptivo, inclusive as crianças, que compareceram em peso à Concha Acústica Helena Meirelles. Muitas ouviam as músicas apreciando o bonito céu da noite e fazendo comentários sobre as estrelas.
Os comentários das crianças combinaram perfeitamente com a música de Miguelito, que falam sobre origem do Cosmos, como a música Gênesis, sobre sonhos, sobre a silhueta feminina, entre outros temas das composições.
O multi-instrumentista falou que começou com suas composições de música erudita por volta dos 19 anos de idade, quando compôs sua primeira valsa, que foi apresentada no show desta noite. “Fiz três ou quatro músicas quando saí do conservatório, mas depois abandonei a música erudita e comecei a fazer bailes com a banda Zutrik, com a qual toquei durante quarenta anos, porque na época Mato Grosso do Sul não tinha público para a música erudita. Mas hoje tem muito campo, sim. Eu tocava muito na Arte e Técnica e lá conheci o Peter Krastanov, que hoje me acompanha, e graças ao Peter conheci o Marcelo Gerônimo, que passou a fazer parte do grupo. Eu valorizo muito os músicos que estão comigo porque se não fosse eles o projeto não iria para a frente”.
“Foi maravilhoso tocar aqui hoje. Foi a primeira vez que apresentei estas composições aqui na Concha. Eu notei que o erudito tem público, houve um avanço muito grande neste sentido. Os concertos, hoje em dia, ficam lotados e tem gente que ainda fica de fora e não consegue entrar. O Som da Concha abriu o leque para vários estilos, isso é muito interessante. Parabéns à Fundação de Cultura pelo incentivo aos projetos autorais”.
E para você que gosta de boa música autoral feita aqui em Mato Grosso do Sul, fique ligado! A próxima edição do projeto Som da Concha acontece no dia 02 de outubro, com Femme Lounge e Tom Alves e no domingo 03 é a vez de Ariadne e Simona. Mais informações sobre as próximas edições serão divulgadas no site e nas redes sociais da Fundação de Cultura.
Texto: Karina Lima, FCMS
Fotos: Ricardo Gomes