Um servidor da História de Mato Grosso do Sul

Leão Neto do Carmo, Jesus de Oliveira Sobrinho, Rui Garcia Dias, Gerval Bernadino de Souza, Higa Nabukatsu, Milton Malulei, Nelson Mendes Fontoura, Marco Antônio Cândia e Nildo de Carvalho. Primeiros desembargadores presidentes do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e colegas de trabalho de Antônio Carlos de Novaes. Antônio foi chefe de gabinete de todas essas notáveis figuras e, em vista disso, também participou do nascer de um novo Estado e da implantação do Poder com a responsabilidade de defender os direitos individuais e a segurança coletiva.

Mas sabe como começou essa história memorável? Bem, Antônio e a esposa Eliane moravam em Cuiabá, cidade-sede do Judiciário do Mato Grosso uno. Com a divisão, o Desembargador Leão Neto do Carmo, escolhido pelo Governador Harry Amorim Costa para ser o 1º Presidente do TJMS, precisava de um braço direito para enfrentar o desafio e fez o convite para o até então servidor da Secretaria de Educação mato-grossense.

Assim, em fevereiro de 1979, Antônio assumia suas responsabilidades administrativas e operacionais pioneiras como ajudar a elaborar o 1º Código de Organização Judiciária, o 1º Regimento Interno, a abertura de concursos e a criação de novas comarcas. “Tudo em primeira mão e com muito dinamismo. Era preciso montar o Poder Judiciário”, revive ainda muito bem-disposto.

Isso tudo acontecia ao mesmo tempo em que Antônio e a esposa Eliane procuravam se encontrar na nova Capital federativa. “Vir morar em Campo Grande foi um fato pitoresco. Viemos de Cuiabá com 42 graus diários, inclusive na madrugada, e passamos frio em Campo Grande praticamente o ano todo de 1979. Parecia que não nos adaptaríamos. Mas o trabalho no TJMS ajudou e hoje amamos Campo Grande”, declara-se.

Inclusive ainda sobre se ambientar, em 1980 os servidores fundaram a 1ª associação da categoria e Antônio Carlos Novaes foi o 1º presidente, e reeleito. “Fazíamos competições esportivas, viagens para Cuiabá e Corumbá. Momentos de muita união e confraternização. Claro que éramos uma turma coesa, de 110 servidores”, complementa sobre os muitos inícios.

Já na rotina empolgante de implantação do Judiciário, Antônio cuidava dos editais, de adquirir bens e equipamentos e orientar os servidores sobre o controle patrimonial tanto da sede quanto das comarcas que estavam crescendo em número. “Participei da instalação das comarcas de São Gabriel do Oeste, Nioaque, Terenos, Bela Vista e Porto Murtinho. Fui o responsável até pelo Cerimonial”, divide sem reclamar do volume de trabalho.

Outro fato marcante trazido e vivido pelo personagem dessa história foi a retomada da obra da sede do TJMS no Parque dos Poderes. “Toda sexta, eu e o Desembargador Gerval Bernadino de Souza visitávamos o local ainda só com os alicerces. Daí o Desembargador acertou tudo para o reinício da construção”.

Até que em 1997, com a reforma da previdência, Antônio solicitou sua aposentadoria. Advogou por 3 anos e foi chamado de volta para atuar na Corregedoria Geral de Justiça. Vinte e poucos anos e dez presidentes depois, ficou para ele uma transformação profissional e pessoal extraordinárias.

“Para ter uma formação jurídica e contribuir, por exemplo, com a redação dos projetos encaminhados para a Assembleia Legislativa, fiz o curso de Direito. Eu já era pedagogo. Minha convivência com esses Desembargadores talhou o meu caráter. Me formei como homem e servidor graças ao Tribunal”, celebra.

Agora Antônio anda servindo ternamente a outras figurinhas tanto quanto consideráveis: os cinco netos, alegria de viver do avô, e se dedicando à chácara e ao trabalho de catequista de jovens e adultos com a mesma energia de sempre.

Autor da notícia: Secretaria de Comunicação

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