Como foi o show surpresa de Paul McCartney no Clube do Choro, em Brasília
Paul McCartney durante show no Clube de Choro de Brasília –
O show começou às 18h e durou pouco mais de uma hora, com hits tocados pelo músico em sua turnê atual, a “Got Back”.
De acordo com Mariana Sanmartin, servidora pública de 40 anos, o show foi um convite a parte do público que comprou ingressos para a apresentação do artista na cidade, que acontece nesta quinta (30). Pelo evento, foram cobrados R$ 200 o ingresso, com possibilidade do público comprar até duas entradas —Mariana foi como uma convidada da amiga, que recebeu uma mensagem da organização em seu email.
Paul interagiu bastante com o público durante a apresentação, arriscando diversas vezes falas em português. A proximidade do cantor com o público rendeu interações mais íntimas: quando tocou “Hey Jude”, por exemplo, o cantor pediu para só as mulheres cantarem um trecho e, depois, só os homens presentes.
Ainda segundo Mariana, a experiência foi bem diferente dos outros shows do artista no Brasil e em outros países —ela afirma já ter ido em 15 apresentações de Paul McCartney, incluindo uma em Miami, nos Estados Unidos. “Foi incrível demais estar um lugar tão pequeno e tão próximo dele”, diz Mariana. “Era como se ele fosse um artista menor, o que sabemos o que está longe de ser.”
Como na turnê, o repertório do show no Clube do Choro passeou por diversos clássicos da carreira de Paul, seja na carreira solo ou com os Beatles e o Wings, mas incluiu algumas canções menores. Depois de abrir com o hit da beatlemania “A Hard Day’s Night”, o cantor seguiu o show com “Junior’s Farm” e “Letting Go”, da época do Wings.
A apresentação ainda teve performances de “Blackbird”, “Let Me Roll It”, “Get Back” e “Helter Skelter”, se encerrando com “Golden Slumbers”. Foi uma versão reduzida do show, cortando faixas como “She’s a Woman” e “Love Me Do”.
Mariana diz que os celulares do público foram lacrados ainda na fila e que a organização monitorou atentamente qualquer uso de aparelhos do tipo durante a apresentação. “Eu acho que a decisão foi tomada para evitar que as pessoas filmassem o tempo, garantindo a exclusividade do show”, afirma Mariana, que acrescenta que não viu ninguém usando o celular no evento.
A servidora pública afirma ainda que não viu nenhum político no evento. De celebridades, a única presente era o cantor Samuel Rosa, antigo vocalista da banda Skank.
O Clube do Choro é uma das associações mais tradicionais de Brasília. Ele foi fundado em 1977 por um grupo de músicos do choro que seguiram o legado do músico Jacob do Bandolim, que morou na capital por seis meses, no final da década de 1960, para fazer um tratamento de coluna e realizou diversos saraus durante sua estada por lá.
O grupo fica em um prédio projetado por Oscar Niemeyer em parceria da Escola de Choro Raphael Rabello, com exposições permanentes sobre o gênero do choro. O espaço foi tombado como patrimônio imaterial do Distrito Federal em 2008.
Paul McCartney fará oito shows no Brasil em sua nova passagem pelo país, apenas quatro anos depois da última. Além de Brasília, o cantor toca em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Minas Gerais. A última apresentação será em 16 de dezembro, no Maracanã.