Mion é criticado por lulistas e bolsonaristas ao contestar Lula
O Apresentador Marcos Mion –
Pai de um filho com autismo, Romeo, e ativista na luta pela sociabilização de pessoas com deficiência intelectual, Mion está certo e Lula, errado. Tanto é que o presidente se desculpou pelo equívoco, se corrigiu e admitiu que sempre é tempo de aprender.
Mas a polarização política levou o caso para outra esfera, e o apresentador agora vem sendo cobrado por ter se calado diante de uma consulta pública feita pelo SUS durante o governo Bolsonaro sobre o uso de eletrochoque em pessoas com espectro autista.
Imagens de Mion ao lado de Jair e Michelle Bolsonaro foram resgatadas para tentar associá-lo ao ex-presidente, com quem o apresentador esteve em 2019, quando foi a Brasília para participar de uma reunião que pedia a inclusão de pessoas do espectro autista no Censo do IBGE. Tratava-se de um encontro interministerial, sem a presença do ex-presidente, que solicitou que todos fossem ao seu gabinete após a reunião, quando sancionou a lei e aproveitou para fazer foto com Mion.
No ano seguinte, Mion também viu, sem ir a Brasília, o resultado de outra batalha sua: a aprovação de uma lei que leva o nome de seu filho e cria uma carteira de identificação de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista.
Mas na atual fúria da web, houve também quem lembrasse que Mion encarou um debate civilizado com o publicitário Roberto Justus, no início da pandemia, sobre os números alarmantes de mortes que nos aguardavam em função da Covid-19, o que o colocava na contramão do negacionismo bolsonarista sobre a doença.
Foi Mion quem primeiro deu voz a Átila Iamarino, biólogo que viria a ganhar força ao longo da pandemia, com informações e pesquisas sobre o contágio da doença.
E o atual vídeo contestando Lula também despertou a ira bolsonarista, que acusa Mion de ter virado as costas para Bolsonaro durante a campanha e ter se aliado à “inimiga” Globo.
No vídeo publicado em suas redes sociais, Mion se disse “chocado” com as palavras de Lula e o corrigiu: “O termo usado, já há muitos anos, é ‘deficiência intelectual’, e não ‘deficiência mental’, como o Lula usou. A gente tem que se policiar, tem que aprender e tem que se adequar. Lula se refere a essas pessoas dizendo que elas têm problemas de desequilíbrio de parafuso. Isso é só pejorativo e também incentiva outras pessoas a continuarem usando esse termo”, afirmou.
Militante ativo da causa de pessoas com deficiência intelectual, Mion tornou pública a condição de seu filho em 2014.
Confira o vídeo de Mion abaixo: