Giovanni Venturini fala sobre desafios de ser ator com nanismo

Prestes a estrear na nova temporada da série Justiça, o ator vê mudanças na profissão para pessoas com condições físicas estereotipadas

Metrópoles

Giovanni Venturini começou a carreira de ator aos 15 anos, mas tudo era apenas um hobby para o jovem que ainda precisava decidir qual carreira seguir. Entre a faculdade de Gestão de Turismo e o trabalho em um escritório, ele ocupava os fins de semana com apresentações teatrais. Mas em 2012 resolveu se dedicar exclusivamente à atuação.

A decisão foi o primeiro passo para o caminho que o levou a um dos personagens da segunda temporada de Justiça, que estreia em abril no Globoplay. Mas os desafios eram muito maiores para ele, um ator com nanismo.

Em vez de oportunidades para mostrar seus talentos na atuação, o artista ganhou convites para trabalhos em comédias clichês. “No começo da carreira, a maioria dos convites eram para esses personagens que eu não queria fazer, que não me representavam, aquele lugar com o humor escrachado, de um humor agressivo, capacitista”, lembra Venturini.

Indo na contramão, resolveu recusar trabalhos como esses. “Acho que o meu posicionamento no mercado e como artista, enquanto aceitar alguns personagens e não outros, construindo junto os roteiros e as histórias, e apontando onde estavam os erros, fez com que o mercado começasse a me enxergar de uma outra forma, como um profissional, um ator como outros tantos que tem no Brasil, independente de condições físicas”, pontou. Essa decisão também o levou a personagens como o protagonista do curta-metragem Big Bang, que ganhou prêmios em diferentes festivais de cinema.

“Big Bang foi um grande presente. Foi um curta que, de forma independente, me abriu outras muitas portas para o cinema brasileiro. As pessoas hoje em dia, através desse trabalho e com um trabalho bem denso e bem, vamos dizer assim, bem dramático, um pouco longe do que estavam acostumados a me enxergar, possibilitou que as pessoas reconhecessem o meu trabalho como ator antes da minha condição física.”

Em conversa com o Metrópoles, ele aproveita a deixa sobre os sucessos nacionais para exaltar as produções nacionais que fogem dos humorísticos. “A gente tem um cinema, principalmente um cinema independente, um cinema underground e muito forte, que vem ganhando o mercado dentro dos festivais e as grandes produções ainda investem bastante em comédia. Acho que a gente tem um talento nato para a comédia, mas nosso cinema nacional não é só isso”, avalia Venturini.

 

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