Crítica: Ferrari mescla velocidade e o drama da vida de Enzo

Estrelado por Adam Drive, Ferrari é uma biografia de Enzo Ferrari, fundador da marca que dominou a Fórmula 1 e a indústria automobilística

Metrópoles

A história de Enzo Ferrari virou tema central do filme Ferrari, dirigido por Michael Mann, icônico diretor de longas como O Último dos Moicanos (1992) e Inimigos Públicos (2009). Com estreia marcada para esta quinta-feira (22/2), a produção mescla a vida pessoal do fundador da montadora que, antes de dominar a Fórmula 1 e a indústria automobilística, passou por provações e tragédias para se firmar no topo.

O longa é estrelado por Adam Drive e outros gigantes da indústria, como Penélope Cruz, Shailene Woodley e Patrick Dempsey. É também uma das primeiras oportunidades internacionais do brasileiro Gabriel Leone, que, ainda em 2024, viverá Ayrton Senna em uma série da Netflix. Ferrari, o filme, foca a narrativa no período pós-Segunda Guerra, quando a Ferrari se vê em uma encruzilhada entre a falência e o reconhecimento como grande marca. O drama é o mesmo de Enzo, que, no período, enfrentava problemas pessoais de proporções similares.

O fundador da empresa passava por um período sombrio após a morte de seu filho, Dino Ferrari, aos 24 anos, devido a uma distrofia muscular, que foi comprometendo seu rim e o levou ao óbito em 1956. Tal tragédia fez com que Enzo se afastasse da esposa e instesificasse o caso extraconjugal com Lina Lardi. Desse romance “clandestino”, nasceu Piero – que, como mostra o longa, demorou muito para conseguir o sobrenome Ferrari. O homem, atualmente, é o vice-presidente da marca.

O recorte escolhido por Mann ainda trouxe outro grande acontecimento para a história da empresa, que corresponde à tragédia de 12 de abril de 1957, quando o piloto espanhol Alfonso de Portago (Gabriel Leone) capota seu carro e morre instantaneamente, ao lado do copiloto Giuseppe Morandi. A tragédia ainda culminou na morte de outras nove pessoas que acompanhavam a corrida.

A vida dramática de Enzo Ferrari

O acidente, assim como as sequências de corrida em geral, são destaques da produção, graças a plasticidade das cena, com toda a dramaticidade, câmeras lentas e choque que o acontecimento merece. Os muitos recursos utilizados mostram o cuidado com a encenação e é um ponto muito alto de Ferrari.

As corridas são importantes para a trama, mas não mais do que a vida do fundador da Ferrari. Isso porque, enquanto a Mille Miglia (1000 milhas) acontece, Enzo mexe nos negócios da empresa e na própria vida. Sempre se equilibrando na linha entre a tragédia e a glória.

Os amantes da marca ficarão satisfeitos com a velocidade e com quão bem gravadas são as cenas de corrida, recheada de emoção. Os interessados em drama também encontram seu espaço na vida de Enzo e como esse background impacta no caminhar da empresa.

“O beijo da morte”, como a tragédia ficou conhecida, é um ponto central de Ferrari. É possível ver como a empresa teve uma noite de glórias, mas ao mesmo tempo nada a se comemorar, assim como a caminhada de seu criador, que se divide entre momentos de altos e baixos.

O brasileiro Gabriel Leone é um dos protagonistas e está em importantes momentos do filme. Ao seu lado estão Adam Driver e Penélope Cruz, respectivamente, Enzo e Laura Ferrari. A dupla brilha em todos os momentos e a atriz incorpora o papel, mesclando humor e drama com um equilíbrio interessante.

A masculinidade de Enzo Ferrari e a personalidade do empresário são destaques na produção e mostra que ele tenta, a todo custo, chegar ao topo com a sua empresa, mas esbarra em vários problemas e falhas. Mesmo que seja uma lenda do automobilismo, ele é herói e vilão ao mesmo tempo.

Se você gosta de drama, carros, corridas e, claro, da Ferrari, esse filme é para você.

 

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