Dia do Orgulho Autista: a informação é a maior inclusão

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Suki Isaki

Suki Ozaki

Sueli Soares Paes é professora de educação infantil. Durante anos alfabetizou centenas de crianças, acompanhou a subida de muitos nos degraus do conhecimento com o mesmo amor dos que fazem do ensino não apenas uma profissão, mas uma vocação. E para coroar décadas de dedicação aos filhos dos outros, a professora tinha o desejo de ser mãe, desejo que ela e o marido Jorge Dantas, conseguiram realizar quando ela completou 46 anos.

“Contrariei a expectativa da médica que falava que era uma loucura eu tentar engravidar nessa idade”, lembra a professora. O filho tanto almejado, chama-se Jonas, hoje com 11 anos.

Acostumada com crianças, à medida que o filho crescia saudável e sempre muito esperto, a professora também percebia a diferença que aos poucos foi se acentuando. “Com dois anos ele apenas apontava quando queria alguma coisa, ou imitava sons. Com três anos, Jonas foi diagnosticado com TDH (Transtorno de Deficit de Atenção), aos sete anos o diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) foi fechado junto com D.I (Déficit Intelectual) e por último, de TOD (Transtorno Opositor Desafiador). Este último, segundo Sueli é, de fato, o mais desafiador para todos.

Visualização da imagemSentado no colo do pai Jorge Dantas, Jonas brinca com o celular. Ao olhá-los, não há como saber que ele é portador de todos esses transtornos. “Quando ele fica irritado, as pessoas acham que não sabemos educá-lo, julgam pelo que vêem, por que não há sinais físicos”, explica.

Jonas tem um ouvido apurado e muito sensível aos sons, gosta de ler gibi e criar coisas com legos. Disse que quer ser construtor quando crescer.

Dia do Orgulho Autista

A família participou do “Dia do Orgulho Autista”, comemorado no dia 18 de junho, atividade promovida por diversas entidades que aconteceu neste domingo, no estacionamento do Shopping Campo Grande.

Tirolesa monitorada pelos bombeiros, exposição de motos e de uma porche da PRF, brincadeiras e distribuição de panfletos com informações marcaram a tarde de atividades que tinha um propósito: divulgar informações sobre TEA.

Visualização da imagemO PRF Alexandre Figueiredo, um dos organizadores do evento, é fundador com sua esposa Márcia Kawamoto, do “Guardião Azul”, entidade que luta para divulgar a legislação brasileira a respeito do TEA. “Como PRF, damos ênfase nas ações de segurança no trânsito e transporte como forma de consolidar as políticas públicas de identificação e convivência da pessoa e da família com autista”, explica o policial, que tem um filho de sete anos com TEA.

Márcia, que dava aulas para crianças, explica que até fecharem o diagnóstico do filho Eduardo, com quase três anos, foi um longo caminho tateando em busca de respostas. Como na escola em que trabalhava haviam outras crianças com TEA, ela encontrou o suporte que precisava.

“Os grupos de apoio nas redes sociais foram muito importantes pois foi onde conseguíamos trocar informações com outros pais que não sabiam, como nós, como lidar com uma criança autista”, lembra.

Para eles, quando mais cedo for fechado o diagnóstico, mais chances de progresso a criança tem, pois é possível ajustar tanto as medicações quando a gama de terapias disponíveis.

Figueiredo explica que as campanhas de informações como a divulgação de adesivos do símbolo da pessoa com TEA, tanto em veículos como em residências, camisetas, além do crachá de identificação é importante. “Não é uma deficiência visível, então a única forma de combater a discriminação é divulgando informações”, explica.

Segundo ele, as palestras para policiais e bombeiros, nas abordagens no trânsito e em acidentes, também são necessárias para preparar os profissionais a saber como lidar com pessoas com deficiências, em especial os autistas. “A informação é a maior inclusão”, finaliza.

Sinais que podem indicar Autismo

Em bebês e crianças

Não olhar para a mãe durante a amamentação

Não gostar de ser ninado no colo, preferindo dormir sozinho no berço

Não demonstrar interesse em sons e objetos

Repetir palavras e movimentos como girar as mãos e bater a cabeça ou ficar se balançando

Evitar contato visual com as pessoas

Ter dificuldades em brincar com outras crianças

Separar objetos por cor e tamanho

Em Adultos

Utilização de linguagem direta, jeito áspero de falar com as pessoas sem discernir os momentos ou o tom da voz

Pouca habilidade para detectar sinais sociais

Pouca comunicação visual

Pouca ou nenhuma compreensão para situações afetivas ou emocionais

Obsessão para seguir determinadas regras e tarefas

Irritação repentina quando algo sai da rotina, rigidez em costumes e hábitos

Hiper foco em determinados assuntos e objetos

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