RISCO ELEVADO – Instituto confirma perigosa variante indiana em passageiro que transitou por São Paulo e Rio de Janeiro

Vigilância falhou em isolar o então caso suspeito, e viajante teve contato com dezenas de pessoas antes de resultado do exame RT-PCR
O GLOBO
Movimentação no Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo Foto: Photo Premium / Agência O Globo/16-02-2021Movimentação no Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo Foto: Photo Premium / Agência O Globo/16-02-2021

 

SÃO PAULO — O Instituto Adolfo Lutz, ligado ao governo paulista, confirmou que o caso suspeito de variante indiana do coronavírus, de um morador de Campo dos Goytacazes, de 32 anos, que desembarcou no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, vindo da Índia, no último sábado, se trata mesmo da nova cepa. É o primeiro registro da variante em solo brasileiro.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou a secretaria estadual sobre o caso positivo quando o homem já havia viajado até o Rio, onde chegou à noite e se hospedou num hotel, ao lado do Aeroporto Santos Dumont.

No domingo, ele foi de carro para a cidade do Norte Fluminense e, depois, retornou para a capital na segunda-feira, onde voltou a se hospedar, em isolamento. Durante dois dias, o caso investigado circulou por três cidades e teve contato com dezenas de pessoas.

Tudo isso aconteceu porque, depois de fazer um exame RT-PCR em laboratório no Aeroporto Internacional de Guarulhos, o viajante foi autorizado a embarcar em outro voo até o Rio, antes de o resultado da análise sair.

A Secretaria de Saúde de São Paulo informou ter solicitado, após o informe da Anvisa, a lista completa dos passageiros do voo ao terminal de Guarulhos e dos funcionários do laboratório por onde passou o viajante. A pasta deve monitorar quem teve contato com o homem infectado.

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Não há registros de casos de transmissão local dessa linhagem no Estado de São Paulo, segundo o Adolfo Lutz. A Secretaria municipal de Saúde começou a implementar na terça-feira barreiras sanitárias no terminal rodoviário do Tietê para fazer uma triagem de passageiros que chegarem de ônibus vindos do Maranhão, onde um caso da cepa indiana foi detectada num tripulante indiano de um navio vindo de Hong Kong.

Variante no RJ

As variantes que estão mais presentes no Estado do Rio de Janeiro são a P1, a B.1.1.7, a P2 e a P.1.2, segundo o último levantamento da Rede Corona-Ômica-RJ. No entanto, 93,09% dos casos analisados entre 24 de março e 26 de abril foram apenas da P1, também conhecida como a variante de Manaus.

Como todo vírus, o coronavírus sofre mutações, mas algumas delas são mais transmissíveis e oferecem mais riscos que outras. Por isso, algumas variantes são classificadas como variantes de preocupação, ou VOC – sigla do inglês Variant of Concern. Esse é o caso da P1 e da B.1.1.7, que são consideradas VOC pela Organização Mundial da Saúde (OMS), assim como a nova variante indiana (B.1.617) e a variante sul-africana (B.1351).

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Já as variantes que não apresentam aumento na transmissibilidade, na carga viral e não podem ser diretamente associadas a uma diminuição na efetividade de medidas de saúde pública, segundo a OMS, são classificadas como variantes de interesse, ou VOI – sigla do inglês Variant of Interest. Este é o caso da P2 e, até então, da P.1.2.

 

 

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