Xi Jinping diz a Joe Biden que pretende reunificar Taiwan e China, afirma TV americana

Declaração ocorreu em reunião particular durante a APEC 2023; Beijing também disse que ainda não tem prazo para a operação

Por O Globo

O presidente chinês, Xi Jinping, disse ao presidente dos Estados UnidosJoe Biden, que Beijing planeja reunificar Taiwan e China, preferencialmente de forma pacífica. A declaração ocorreu durante uma reunião entre os líderes de estado em São Francisco, durante a APEC 2023, entre 11 e 17 de dezembro.Líderes dos países banhados pelo Oceano Pacífico se reuniram para discutir prosperidade econômica na APEC 2023 — Foto: Reprodução

Líderes dos países banhados pelo Oceano Pacífico se reuniram para discutir prosperidade econômica na APEC 2023 — Foto: Reprodução

Antes da reunião, oficiais chineses pediram que Biden fizesse uma declaração pública de apoio à reunificação pacífica de China e Taiwan, e de repúdio ao movimento de independência da ilha. A Casa Branca rejeitou a solicitação.

A declaração é chocante pois era esperado que o evento ajudasse a diminuir as tensões geopolíticas entre Washington e Beijing. Apesar de não ser muito diferente do discurso chinês de sempre, ela surpreendeu oficiais dos Estados Unidos devido à postura cada vez mais agressiva da China em relação a Taiwan, e à proximidade das eleições presidenciais do território autônomo.

Após a publicação da história pelo NBC, a senadora Lindsey Graham emitiu um comunicado no qual declarou que a situação era ‘muito preocupante’.

“Trabalharei com senadores democratas e republicanos para fazer duas coisas rapidamente: primeiro, criar um suplemento de defesa robusto para Taiwan e, segundo, elaborar sanções infernais pré-invasão para impor à China, caso o país tome medidas para anexar Taiwan”, afirmou a senadora.

Segundo a NBC, Xi expressou preocupação com os candidatos das eleições presidenciais de Taiwan e com a influência americana sobre a ilha. Quando Biden pediu que o líder chinês respeitasse o processo democrático da ilha, Xi respondeu que ‘a paz é boa’, mas, em algum momento, a China teria que avançar rumo a uma resolução.

“Estamos em uma relação competitiva, a China e os Estados Unidos, mas a minha responsabilidade é tornar isso racional e administrável, para que não resulte em conflito”, declarou Biden.

O presidente da China estabeleceu que a principal meta do país é dobrar sua economia até 2035. Analistas especulam que uma guerra com Taiwan não seria condizente com esse objetivo. No entanto, o diretor da CIA, William Burns, disse no ano passado que há indícios de que Xi ordenou suas forças militares a estarem prontas para invadir a ilha até 2027.

“Agora, isso não significa que ele decidiu realizar uma invasão em 2027, ou em qualquer outro ano, mas é um lembrete da seriedade do seu foco e da sua ambição”, avisou Burns.

No congresso do partido comunista chinês de 2022, Xi prometeu que Beijing iria responder militarmente a qualquer tentativa taiwanesa de declarar independência com apoio externo.

Após a APEC 2023, Biden reiterou seu comprometimento com a ‘política de uma China’, na qual países devem escolher manter relações diplomática com a China ou com Taiwan, mas não ambos ao mesmo tempo. Os Estados Unidos mantêm relações oficiais com a China , mas ainda têm acordos não oficiais com Taiwan. Um desses acordos é uma promessa de que os EUA protegeriam o território autônomo caso seja invadido.

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