Entrevista Exclusiva: Pré-candidato Eduardo Romero comenta intenções caso seja eleito vereador por Campo Grande

Foto: Arquivo Pessoal
Em entrevista exclusiva ao Portal Diário da Serra de Maracaju, para a Jornalista Flavia Andrade, o pré-candidato Eduardo Romero comenta sobre disponibilizar o seu nome para pleitear as eleições 2024 para a Câmara Municipal de Campo Grande.
Eduardo Romero, começou jovem, ainda adolescente a sua militância em cidadania, na Escola Estadual José Barbosa Rodrigues, com o Clube de Ciências Bálsamo, onde o objetivo era recuperar um córrego que passa pelo bairro Universitário e é um ponto de encontro das famílias, onde além de ser um ponto de lazer, servia também como um ponto de subsistência, mas acima de tudo um marco sobre a questão ambiental para a região.
Segundo Romero, “Foi nessa experiência no Clube de Ciências e no Grupo de Teatro “Os Cara de Pau”, que eu entendi que cidadania não é só um conceito, não é só uma palavra, mas sim uma prática, é a busca pela melhora do lugar onde vivemos, em especial do coletivo. Não existe cidadania quando quem está a sua volta, passa fome, não tem moradia, não tem lazer, não tem segurança, nessa coisa coletiva. Isso foi fundamental, porque começou cedo já na adolescência, e depois essa experiência me levou ainda jovem, com 20 anos, a ser presidente da Associação de Moradores do bairro Universitário, a Associação Guaicurus, que historicamente foi a primeira associação de moradores do Estado de Mato Grosso do Sul, logo depois da divisão. E que sempre foi um espaço de muitas disputas políticas, então, eu cresci ali entendendo o que era a participação política, entendendo o que era essa disputa de espaço para defender esse coletivo”, diz Eduardo Romero.

Foto: Arquivo Pessoal
Ainda sobre as experiências que viveu ainda jovem, Romero comenta que “Depois me formei em jornalismo, fui viajar o Brasil e o mundo para me conhecer como pessoa, como cidadão, fui para a África em Moçambique, onde realizei um trabalho com a arte e a prevenção a saúde pública. Voltei trabalhei na SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) onde produzi vários programas de cultura. Após isso resolvi dar início ao projeto Giro Brasil, onde viajei de moto pelo país todo, conhecendo o Brasil pelos brasileiros, onde resultaram em textos para um blog, mini documentário, um livro, e em uma grande experiência de vida que me mostrou que é importante a gente acreditar nos sonhos e se mover em direção a ele, não importa o que você sonha, mas o sonho tem que existir na vida do ser humano para que seja uma mola propulsora para que seja um ser humano melhor”, enfatiza.
Após o período de autoconhecimento, viagens e acúmulos de experiências pessoais, Eduardo Romero acreditou ser o momento para pleitear um cargo político nas eleições de 2008, conforme o pré-candidato Eduardo Romero, “E isso me levou as eleições, ter sido candidato em 2008, onde não fui eleito, fiquei como suplente, em 2012 fui eleito, vereador pelo município de Campo Grande pela primeira vez, me reelegi em 2016, e depois em um projeto mais de grupo, coletivo, pensando na organização na época do partido em que eu fazia parte, eu acabei adquirindo a experiência de formar chapa, de organizar grupo e não fui reeleito. Porém conseguimos fazer grupos em Campo Grande e em algumas cidades do interior de Mato Grosso do Sul. A política é dinâmica tem várias mudanças, acabei ainda ocupando um espaço que foi enriquecedor demais na experiência da atuação política, que foi estar como Secretário de Cidadania e Cultura do Estado, onde tive contato com as oito políticas públicas de direitos, através das subsecretarias, com a parcial da população que vive em questões de vulnerabilidade, muitas vezes é esquecida pela política como um todo, até porque essa palavra cidadania, ainda é muitas vezes pouco entendida. É uma palavra bonita de se dizer, mas ainda difícil de executar enquanto políticas públicas, porque ela é transversal, circula todos os cantos e ao mesmo tempo ela está em tudo, mas muitas vezes se perde em não estar em nada, do ponto de vista do orçamento público. E isso me fez depois ter uma experiência com outras ações, voltei para o campo do jornalismo, voltei para o campo de assessoria de projetos, e me fez repensar muito o papel da política e o meu papel na política, e é basicamente essa reflexão que me faz novamente me colocar a disposição como pré-candidato, dessa vez pelo SOLIDARIEDADE”, declara Romero.

Foto: Arquivo Pessoal
Durante toda a sua vivência política, Romero esteve atuante em questões ambientais, culturais e financeiras do município, com isso “Essas questões seguem fazendo parte da minha atuação, até porque, quando você discuti o orçamento da cidade, você discuti todas as questões e todos os pontos da cidade, quando você discuti as questões ambientais, você fala de uma sustentabilidade que passa pelo “tripé” da economia, do social e do ambiental, estamos vendo catástrofes no mundo inteiro, justamente por terem sido ignorados esses três pontos, não há como se desenvolver nenhuma cidade, nenhum Estado e nenhum país, que não considere no mínimo essas três questões. Tem que haver no mínimo um equilíbrio entre a parte social, ambiental e econômica, senão você acaba favorecendo um ponto e desfavorecendo os outros. Então, nesse próximo mandato caso eu seja eleito, eu quero não só continuar com esses três pontos, que para mim são pontos que transversam qualquer tipo de assunto, mas principalmente manter uma característica que eu acredito que seja o “carro chefe” de tudo que eu faço. Manter as portas abertas para ouvir as pessoas, manter os contatos diretos para que as pessoas possam de fato falar com esse gestor público, com esse agente político, para que quando precisem de uma orientação, ou discussão de uma proposta de lei, projeto, e até mesmo de uma reclamação, que elas consigam de fato serem ouvidas. Com as portas abertas do gabinete, as ações itinerantes e comunitárias, é uma coisa que pretendo manter, com essa característica pedagógica e de cidadania. Eu sempre dizia que o nosso mandato ele tinha uma obrigação que era de exercer a pedagogia da cidadania, não no sentido de ensinar nada para ninguém, mas no sentido de mostrar os caminhos para exercer aquilo que é por direito nosso, e que precisa de fato acontecer para que a cidadania seja plena, a cidadania não é só ter direito e deveres, é de fato acessar os seus direitos, ter tranquilidade com os seus deveres e exercer com cidadania os seus direitos”.

Foto: Arquivo Pessoal
Questionado se já tem um Projeto de Lei para apresentar nos primeiros dias de mandato, Eduardo Romero aponta não uma PL, mas uma discussão que quer priorizar em um primeiro momento do mandato, caso seja eleito.
Romero pontua que, “Eu não tenho um projeto de lei específico para apresentar no início, eu tenho uma linha de atuação, uma discussão que eu quero fazer, que é sobre a mitigação desses desastres climáticos, estamos vivendo catástrofes no Brasil e no mundo, voltadas para toda essa questão de atuação climática e parece que estamos em outro mundo. Parece que Campo Grande não está na lista das cidades que correm risco que já foi divulgada pelos grandes centros de pesquisa, parece que não estamos olhando para uma grande quantidade de pessoas que não estão tendo acesso aos serviços básicos e essências, como a educação que tem mais de 8 mil crianças fora das redes de ensino. São inúmeras pessoas na fila de espera para uma habitação social, é a saúde que não está funcionando e as áreas públicas que estão sendo tratadas de forma muito equivocadas, elas tem uma função de serem o pulmão de uma cidade, de serem as áreas de amortecimento no sentido não só de ruídos sonoros, como também de poluição, e também de qualidade estética e qualidade ética nas cidades. E eu pretendo trazer essa tônica, não podemos perder o título de uma capital integrada ao meio ambiente, não só porque isso é bonito, porque isso interfere na qualidade de vida dos munícipes de Campo Grande, precisamos ter uma qualidade de ar para respirar, de espaço para caminhar, se integrar, e precisamos manter aquilo que faz a cidade ser boa para todo mundo, porque só vale a pena morar em uma cidade quando ela é efetivamente completa. Se você não esse equilíbrio entre o social, ambiental e econômico, eu vejo que estamos deixando fazer essa discussão. Espero que essa discussão seja ponto de partida para revisão de leis, projetos de lei, para cobranças de políticas públicas. Temos um plano diretor na cidade que é um plano diretor de desenvolvimento urbano e ambiental, que foi uma discussão muito intensa e que ficou fantástico, mas que aos poucos ele está sendo desconstruído, porque estão olhando ele por partes e esquecendo do todo. Então, essa é uma discussão que quero fazer presente no começo e durante os quatro anos de mandato, caso seja eleito”, enfatiza.
Após esse período afastado da Casa de Leis, Romero reflete sobre a atuação das Câmaras Municipais e as possíveis melhorias necessárias nos legislativos à nível nacional. Eduardo Romero acredita que “ As Câmaras Municipais não só a de Campo Grande, como as dos 5.575 municípios do Brasil, elas refletem o momento da sociedade, então você tem em cada momento, uma composição e uma temática de discussão específica. Eu imagino que seja simplesmente isso, que é uma dinâmica da política como um todo, e na minha opinião, o que falta ainda para melhorar, é de fato as pessoas ocuparem esse espaço político como seus, e não como espaço específico para os políticos, embora a gente viva a democracia representativa, e a gente precisa exercer essa representação através das escolhas dos nossos representantes, isso não quer dizer, que eles tem todo o poder de decidir só pelas suas cabeças, então eles precisam também desse suporte de participação da população, seja com proposições, com cobranças, seja com acompanhamento, porque ela é representativa, ela não é isolada. Umas das coisas que eu acredito que ainda falte que não é específica da Câmara de Campo Grande, mas das Câmaras de uma forma geral, é essa apropriação do espaço político pelas pessoas, é o cidadão comum entender que a política, ela não é um atributo exclusivo para quem tem mandato, ela é um atributo para todas as pessoas que vivem na sociedade. E isso pode ser desenvolvido com uma aproximação das pessoas, com a desburocratização desse acesso, onde as pessoas precisam se sentir mais a vontade para ir nas Casas de Leis, audiências públicas, e os lugares onde isso acontecem. E essas discussões precisam sair das casas formais também, para que essa dinâmica aconteça, uma vez que pela logística, em horário, dia e local, e aconteça em horário e local que as pessoas também possam participar. Essa diferença é algo que eu acredito que tenha que acontecer sempre, e não especificamente nesse momento”, salienta Eduardo Romero.

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Consideradas áreas sensíveis e de fundamental importância como a saúde, educação, infraestrutura, Romero acredita que existe a necessidade de fomentar os debates e encontrar soluções claras e gestões direcionadas, uma vez que essas são áreas que consomem grande parte do orçamento municipal, Romero pontua que, “Eu vejo que me parece haver uma despreocupação com a realidade, não só do ponto de vista legislativo, porque eu acredito que não seja uma situação isolada, acredito que seja do executivo, social, é um absurdo que tenhamos uma Capital que a saúde e a própria educação, são duas pautas e dois temas que consomem a grande parte do orçamento público, ainda careçam de soluções que são problemas antigos, não dá para imaginar que nós temos mais de 156 unidades de saúde em Campo Grande, e ainda não temos dado conta de resolver questões básicas, como medicamentos simples e comuns que precisam ter para as pessoas, como acelerar um processo de atendimento onde a pessoa passa pelo clínico geral hoje, faz os exames com demora, e o retorno para aquele médico demore mais ainda, perdendo a validade dos exames. Isso é um absurdo, é uma falta de respeito com a população, com a saúde pública e com o orçamento público, porque se não houvesse o orçamento público, poderíamos dizer que o problema seria financeiro, mas não é. O problema é falta de gestão correta para os recursos financeiros, e falta de uma administração específica nessas questões que são precárias e sensíveis. Existem muitas experiências que demonstram que as coisas podem funcionar de maneira mais direta e rápida, e que podem funcionar, não podemos acreditar que é normal, termos crianças que não tem acesso a escola. Onde temos mães que não conseguem colocar os filhos em creches ou escolas, porque essas unidades não foram concluídas, não tem a oferta dessas vagas, isso é um absurdo e é uma preocupação, porque se você não cuida desde o início do processo educacional, a tendência é que você tenha problemas depois, na segurança pública, na saúde pública, na geração de uma população economicamente ativa, porque não estará preparado para as necessidades de mercado. E a infraestrutura principalmente, onde você tem uma cidade como Campo Grande, onde a infraestrutura não seja cuidada, ela aumenta muito a despesa, seja um buraco na rua, uma iluminação pública, seja a falta de planejamento para essas ações, elas precisam ser levadas a sério. As pessoas estão cansadas de pagarem altas taxas de impostos, sejam elas municipais, estaduais ou federais e não verem retorno desses pagamentos de impostos em serviços públicos. Essa talvez seja a maior reclamação e a maior fúria da população, porque ele se sente enganado, tapeado, lesado, quando você tem uma contribuição, você paga as suas obrigações tributárias, e não tem o retorno em serviços prestados, seja em qualquer área”, Afirma Eduardo Romero.
Eduardo Romero acredita que a política é o espaço que deve ser respeitado, tratado e incentivado como maior espaço de cidadania, com isso pontuou a sua visão sobre a participação dos munícipes com relação a política municipal de Campo Grande, “Com relação a essa questão, eu acredito que tem um recorte bem interessante nisso ai, temos setores mais organizados, que estão sempre presentes e cobrando ações, e outros menos organizados, mas quando a coisa é específica, e ganham uma visão de publicidade, as pessoas participam, hoje com os mecanismos de participação virtuais, não precisam ser só presenciais. Como as sessões da Câmara Municipal, onde você pode assistir presencialmente, ou pode assistir pelos meios de transmissão da internet, tv câmara, isso é um processo de avanço muito bacana, que permite que o cidadão acompanhe e saiba o que está sendo feito, decidido, discutido. Ai eu volto na resposta da questão anterior, onde eu digo que temos que ter uma sintonia, entre a classe política e a sociedade de forma geral de entender que a política não é, não pode e não deve ser tratado como espaço privilegiado dos políticos. A política é o espaço que deve ser respeitado, tratado e incentivado como maior espaço de cidadania, isso quer dizer o espaço para ouvir as pessoas, e através dessa escuta, definir ações que favoreçam e facilitem a vida no coletivo, e não olhar apenas para o individual, para interesses pontuais de um segmento ou de um grupo, mas olhar para a cidade como um todo. Nós estamos na casa de 1 milhão de habitantes, não temos mais o direito de olhar Campo Grande, para apenas uma parcela da sociedade, precisamos pensar Campo Grande, para 1 milhão de habitantes, para os desafios da geração de emprego e renda, educação, saúde, economia, que atendam as demandas do ponto de partida fundamental para que exista essa integração entre os tomadores de decisão que estão lá para representar a sociedade, a cidade como um todo. Precisamos pensar e agir para 1 milhão de habitantes, para que possamos atender Campo Grande como um todo”, conclui o pré-candidato a vereador Eduardo Romero.