Na Argentina, Eduardo Bolsonaro é cortado de entrevista na TV após defender armas
LUÍS EDUARDO SOUSA
O parlamentar brasileiro conversava com a reportagem de um noticiário ao vivo momentos após o 1º turno das eleições presidenciais, que levou Milei e o atual ministro da economia do país vizinho, Sérgio Massa, à decisão do pleito. Ao defender a liberação de armas a civis, Eduardo foi interrompido pelos jornalistas que conduziam o programa.
Entusiasta ferrenho da candidatura de Milei, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro viajou a Buenos Aires para acompanhar de perto a apuração da votação realizada neste domingo (22). Ele participou de um almoço com a candidata a vice do candidato de direita, a advogada Victoria Villarruel.
Eduardo argumentava sobre a liberação de armas, pauta cara à direita brasileira e defendida por seu pai, no momento em que os jornalistas da TV reagiram.
“Não é tão simples assim ter uma arma de fogo. Não se pode ter problemas com a polícia nem com a Justiça, é necessário ter uma idade mínima. No Brasil, é preciso até fazer um teste prático de disparo. Avançar na liberação de armas de fogo significa dar condições para os cidadãos terem legítima defesa, para que não sejam massacrados”, dizia o deputado do PL antes de ser interrompido.
Os jornalistas rebateram a fala de imediato. “Demasiadamente generosa a Argentina para receber esse tipo de gente, não?”, disse um jornalista que conduzia a transmissão.
“Está defendendo armas com a justificativa de que os cidadãos podem se defender”, complementou uma colega.
“Por isso que seu pai foi sacado do poder pelos brasileiros, por sorte”, complementou o primeiro jornalista, dando fim ao assunto.
No começo da madrugada desta segunda (23), o parlamentar publicou no X (antigo Twitter) que o economista liberal chega ao 2º turno como favorito.
“Em três anos foi construído um movimento espontâneo, do tipo que não paga manifestantes para irem às ruas. Coisa linda. Com certeza Javier Milei entra neste 2º turno como favorito (sic)”, publicou o deputado.
Com 98,4% das urnas apuradas, Sérgio Massa somava 36,6% dos votos válidos, contra 29,9% de Milei. A macrista Patricia Bullrich registrava 23,8% da preferência dos eleitores e está fora da corrida.