Dirigentes que articularam a fusão planejam ter de dez a 12 candidatos. Nessa conta entram nomes que já pretendiam disputar a eleição pelo DEM, como Ronaldo Caiado, em Goiás, e ACM Neto, na Bahia, e políticos de outras legendas que passaram a discutir uma migração, como o governador mineiro Romeu Zema (Novo) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, de saída do PSDB.
— O partido pretende nascer com toda a força nos estados. A gente calcula que deve ter entre dez e 12 candidatos a governador, todos com bastante competitividade, nomes sólidos no Brasil — diz o presidente do DEM, ACM Neto.
Nas últimas semanas, Zema se encontrou com ACM e com o deputado Junior Bozzella (SP), um dos vice-presidentes do PSL. De acordo com pessoas que acompanham as tratativas, Zema está incomodado com o racha do Novo entre grupos pró e contra o impeachment de Jair Bolsonaro. Procurado, o governador informou que prefere não se manifestar sobre o tema.
Alckmin passou a adiar a sua transferência do PSDB para o PSD de olho na possibilidade de ingressar na nova sigla. Na quarta-feira passada, se reuniu com o comando do PSL de São Paulo e mostrou interesse em saber quantos candidatos a governador o novo partido terá. Alckmin tem dito a pessoas próximas que precisa de estrutura partidária, recursos e de um amplo arco de alianças para alavancar sua candidatura contra o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB).
No Ceará, o deputado Capitão Wagner (PROS) negocia ingressar na nova legenda e disputar o governo estadual. O parlamentar não quis comentar a mudança de partido, mas pessoas próximas dizem que ele espera a concretização da fusão para bater o martelo. Caso a entrada do parlamentar não se concretize, lideranças do novo partido não descartam aliança com o grupo de Ciro Gomes (PDT), que deve ter um candidato.
— Com a fusão, fortalece o projeto (de lançar Coelho). As condições de competitividade dos candidatos majoritários no partido derivado da fusão DEM-PSL serão muito melhores — avalia o ex-ministro Mendonça Filho, presidente do DEM de Pernambuco.
Mais dinheiro
Se somados os atuais deputados das duas siglas, a legenda a ser criada chegaria a 81 parlamentares na Câmara. Mas a expectativa é que a ala bolsonarista, que representa cerca de metade de 53 nomes do PSL, migre para o partido que o presidente se filiar. Devem haver defecções também entre os deputados do DEM.
A sigla que surgirá terá os maiores fundos partidário e eleitoral. O primeiro, que é distribuído todos os meses aos partidos políticos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve ficar em torno de R$ 140 milhões, se levada em consideração as quantias recebidas por DEM e PSL no ano passado. O valor é 75% maior do que o pago ao PT, o segundo maior beneficiário do Fundo Partidário atualmente.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) lançou a sua pré-candidatura no partido. Foto: Roque de Sá/Agência Senado 19/11/2019
O MDB estuda lançar a candidatura de Simone Tebet, após a senadora chamar atenção na CPI da Covid Foto: Cristiano Mariz / Agência O Globo 26/06/2021
Após anulação as condenações na Lava-Jato, Lula reestabeleceu os direitos políticos e poderá concorrer em 2022. Foto: Edilson Dantas
O presidente Jair Bolsonaro cada vez se mostra mais claramente candidato à reeleição. Em visita à Câmara, em fevereiro, após ser xingado por deputados da oposição, ele respondeu: “Nos encontramos em 22”. Foto: Isac Nóbrega/PR
A atuação de Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde e a visibilidade que ganhou na época fizeram o Dem cogitar lançar o nome dele em candidatura própria em 2022 Foto: Jorge William / Agência O Globo
Antes da decisão que possibilita Lula se candidatar, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) foi aconselhado pelo ex-presidente a rodar o país se apresentando como pré-candidato Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo 23/10/2018
Terceiro colocado nas últimas eleições, Ciro Gomes quer ser a opção da esquerda para derrotar Bolsonaro em 2022 Foto: Valter Campanato/Agência Brasil / Agência O Globo
O governador de São Paulo tem se colocado como opção de centro direita a Bolsonaro, não evitando o embate com o presidente, de olho em 2022 Foto: Fotoarena / Agência O Globo
Os planos de Doria podem esbarrar nas articulações de grupo de tucanos para lançar o governador do RS, Eduardo Leite, à Presidência Foto: Gustavo Mansur / Agência O Globo
Senador Tasso Jereissati se colocou como opção do PSDB para a Presidência em 2022 e ganhou o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Após ir para o segundo turno na eleição para a Prefeitura de São Paulo com votação expressiva, Guilherme Boulos se cacifou para concorrer novamente para presidente Foto: Marcio Alves / Agência O Globo
O governador do Maranhão, Flávio Dino, defende a criação de uma frente ampla de esquerda e seu nome é um dos catados para essa coligação Foto: 11/01/2013 / Agência Brasil
Desde que saiu do governo brigado com o presidente, o nome do ex-juiz Sergio Moro é cotado para 2022 Foto: Fabio Pozzebom / Agência Brasil
Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, começou a ser assediada por líderes partidários para participar de composições de chapa para disputa à Presidência. Pelo menos três legendas já enviaram emissários para discutir o assunto com a ela Foto: Patricia Monteiro / Bloomberg
Candidato a presidente pelo Novo em 2018, João Amoêdo planeja se candidatar novamente em 2022, mas enfrenta resistências no partido Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo