Bolsonaro ironiza Datafolha com Lula na frente e pede Datapovo

FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou nesta sexta-feira (17) a pesquisa Datafolha que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando a disputa pela presidência da República no ano que vem.

“Datafolha deu quanto para ele no segundo turno? 60 a 30?”, disse o presidente a apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada.

“Tem que ter Datapovo aí”, afirmou.

De acordo com o levantamento, realizado de 13 a 16 de dezembro, o petista ganharia por 59% contra 30% de Bolsonaro. Os votos brancos, nulos ou nenhum estão nos 10%, e quem não sabe, 1%.

O Datafolha mostra ainda que Lula ganharia de todos seus adversários num eventual segundo turno.

A conversa começou porque um apoiador disse que Lula só pode estar em primeiro lugar nas pesquisas “se for no boteco”.

chefe do Executivo gosta de minimizar pesquisas de intenção de voto, em especial quando não se mostram favoráveis a ele.

O levantamento, encomendado pela Folha, foi feito em 191 cidades com 3.666 eleitores. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

A simulação de segundo turno citada por Bolsonaro mostra dado estável em relação ao da rodada anterior, de 13 a 15 de setembro, quando o placar era 56% a 31%.1 15.

Bolsonaro é o principal rival de Lula no primeiro turno. O presidente teria 22% contra 48% do petista.

De acordo com o levantamento, o ex-juiz da Lava Jato filiado ao Podemos, Sergio Moro, aparece tecnicamente empatado com Ciro Gomes (PDT).

Num cenário de primeiro turno, Moro pontua 9% e Ciro, 7%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aparece com 4%.

Além disso, a pesquisa mostra que 60% dos brasileiros dizem não confiar em nada do que fala o presidente, batendo numericamente recorde em seu mandato.

O patamar coincide com o índice de rejeição de Bolsonaro: 60% dizem que não votariam de jeito nenhum nele em 2022.

No levantamento anterior, feito nos dias 13 a 15 de setembro, a situação de Bolsonaro era semelhante, com 59% de rejeição.

Auxiliares palacianos têm atribuído o mal desempenho de Bolsonaro nas pesquisas ao cenário econômico de alta na inflação e no desemprego.

Por isso, como a Folha mostrou, o Planalto buscou destravar agenda voltada para reverter rejeição. A principal aposta de aliados de Bolsonaro é que, com o Auxílio Brasil de R$ 400, a situação do presidente nas pesquisas melhore.

Aprovada no Congresso a PEC dos Precatórios, que driblou o teto de gastos para aumentar o espaço orçamentário no ano eleitoral, o governo já começou a pagar o benefício do sucessor do Bolsa Família com o novo valor no último dia 10.

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