Rosana Lemes
O Bioparque Pantanal registrou mais uma reprodução inédita para a ciência no Brasil. Desta vez, piranhas se reproduziram em um dos tanques do complexo de água doce. A desova foi acompanhada pela equipe do maior aquário de água doce do mundo.
“Para nós, é uma alegria. Aqui comemoramos cada vida e reafirmamos nosso compromisso com o bem-estar de cada um dos nossos animais e com o trabalho de conservação de espécies”, disse a diretora-geral do empreendimento, Maria Fernanda Balestieri.
Conforme explica o biólogo curador do Bioparque Pantanal, Heriberto Gimênes Júnior, o registro da reprodução da piranha em ambiente de aquário é muito raro. “Conseguimos acompanhar a desova, sendo possível observar dois casais próximos, um de cada lado do tanque, onde eles construíram ninhos e depositaram os ovos que serão cuidados até o momento da eclosão”.
Ainda segundo Heriberto, esse comportamento basicamente consiste na formação do casal, onde macho e fêmea nadam lado a lado e fazem a dança do acasalamento, que nada mais é do que um tremor lateral. “Após essa dança, eles depositam os ovos. A desova dura em torno de duas ou três horas, e posteriormente só o macho vai cuidar desses ovos. O macho ficará solitário e vai oxigenar os ovos, fazendo movimentos circulares, de modo que a água passe e não crie uma barreira com fungos e outros parasitas”.
O Bioparque Pantanal segue o modelo moderno de aquários e zoológicos e tem como um dos seus pilares a conservação, que já conta com mais de 250 reproduções de 46 espécies distintas, dentre as quais 12 registros são inéditos para a ciência no mundo e nove no Brasil.