Adiado o julgamento de casal acusado de crime que chocou Porto Murtinho

Nathalia foi sedada e morta a golpes de barra de ferro (Foto: reprodução/Facebook) – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
Edicarlos Lourenço
Porto Murtinho – O julgamento do casal José Romeiro e Regiane Marcondes, acusados de assassina jovem Nathalia Alves Corrêa, que estava previsto para ocorrer nesta sexta-feira 13, na Comarca de Porto Murtinho, não vai mais acontecer. Pelo menos na data inicialmente prevista. É que o julgamento foi suspenso e Justiça marcou para 3 de setembro desse ano a nova data para o julgamento.
No momento, o casal encontra-se recolhidos em presídios da Capital. Eles estão na cadeia desde 2019, quando foram oficialmente acusados do assassinato de Nathalia, à época com 27 anos.
José Romeiro de 38 anos encontra-se no Presídio de Trânsito anexo ao Presídio de Segurança Máxima. Já Regiane aguarda julgamento no Instituto Penal Feminino Irmã Zorzi, no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande.
O ASSASSINATO – O assassinato da servidora pública Nathalia Alves Corrêa, ocorreu em 15 de julho de 2019, ganhando destaque da mídia e repercutindo em todo o Brasil. Horas antes de ser assassinada, Nathalia estava na residência de uma amiga, momento que recebe a ligação de José com quem mantinha um relacionamento amoroso.
Testemunhas disseram à polícia que José queria encontrá-la porque naquela noite Nathalia estava com passagem comprada para viajar a Campo Grande. Minutos após receber a ligação, fato ocorrido às 20horas do dia 15 de Julho de 2019, Nathalia sai ao encontro do amante sendo vista pela última vez.
Com apenas 27 anos, a jovem foi assassinada com golpes de uma barra na cabeça.
Segundo a polícia, para executar o plano diabólico, a vítima foi dopada por Romeiro que colocou algum tipo de medicamento na bebida para que ela dormisse. Após ser dopada, Nathalia foi levada para uma pousada que pertence ao acusado onde foi morta em um dos apartamentos.
A investigação apontou que antes de mata Nathalia, José Romeiro ligou para Regiane e pediu para ela comparecer na pousada onde ele se encontrava com a vítima. Ao chegar ao local, (pousada) Regiane foi convidada a se dirigir até o quarto onde se encontrava Nathalia e na presença de sua amante, Regiane, Romeiro teria dito: “Agora vou provar o meu amor por você” e em seguida, desfere vários golpes na cabeça da vítima que apenas gemia antes de morrer. A descrição da cinética do crime foi relatada por Regiane Marcondes aos policiais ao ser ouvida pelos investigadores.
Com a vítima já sem vida, José e Regiane utilizaram uma lona para colocar o corpo na carroceria de uma camionete que seria utilizada para transportá-la até à casa de Regiane, onde a vítima teve o corpo carbonizado.
As investigações da Polícia Civil apontaram que o corpo da servidora foi destruído após queimar por aproximadamente 8 horas nos fundos da casa de Regiane, local onde a mesma residia com seu esposo e dois filhos.
Naquela data, 15 de Julho, o marido e os filhos da acusada se encontravam na fazenda e não sabiam do ocorrido.
Em depoimento aos delegados responsáveis pelas investigações, José Romeiro e Regiane Marcondes informam que foram utilizados cerca de 80 quilos de carvão para cremar o corpo da vítima.
Eles também contaram que a cremação durou aproximadamente 8 horas. “O carvão era depositado aos poucos sobre o corpo de Nathalia. O objetivo era derretê-lo totalmente” relataram
A cremação, os restos mortais foram recolhidos pelos acusados e José foi o responsável em jogar as cinzas nas águas do Rio Paraguai, segundo informou o delegado João Cleber à imprensa na época do crime.
No local onde Nathalia foi queimada, Regiane mandou construir uma calçada e uma churrasqueira que, segundo a polícia, teve o objetivo de apagar vestígios que ficaram no chão onde a vítima foi cremada.
O crime que chocou a população foi esclarecido pelos delegados João Cleber Dornelles, na época titular da Delegacia de Porto Murtinho, e Márcio Oshiro Obara que chefiava a DEH Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio de Campo Grande.
Para elucidar o assassinato de Nathalia Alves Corrêa e concluir as investigações, a Polícia Civil precisou de aproximadamente 60 dias. À época, familiares de Nathalia estiver5am Porto Murtinho onde fizeram um protesto pedindo justiça.
José Romeiro 37 anos e Regiane Marcondes 33 anos foram indiciados pelos crimes de feminicídio, ocultação e destruição de cadáver.