Vírus da gripe aviária é detectado pela primeira vez na costa da Antártida
O principal vírus da gripe aviária foi detectado pela primeira vez na costa da Antártida, anunciaram pesquisadores britânicos. Essa descoberta representa um novo risco para algumas espécies endêmicas, como os pinguins.
A presença do vírus HPAI foi confirmada entre os mandriões-antárticos (Stercorarius antarcticus) subantárticos, uma família de aves marinhas, segundo comunicado publicado nesta segunda-feira (23) pela BAS (British Antarctic Survey), organização da qual fazem parte pesquisadores britânicos que trabalham na região.
O planeta vive a pior epidemia de gripe aviária da história, e muitos especialistas temiam que, cedo ou tarde, ela chegasse ao continente antártico.
Os cientistas britânicos coletaram amostras de mandriões-antárticos encontrados mortos nas ilhas Geórgia do Sul, em alto-mar, a leste do extremo sul da América do Sul, mas que não fica estritamente no interior do continente antártico.
A presença do vírus na Antártida é uma “notícia dramática”, disse Michelle Wille, especialista em gripe aviária na Universidade de Melbourne, na rede social X (antigo Twitter).
Os cientistas temem que o vírus acabe chegando ao continente gelado, ameaçando algumas variedades de pinguins que não vivem em outros locais e, portanto, nunca desenvolveram imunidade contra esse patógeno.
No sul do Brasil, pelo menos 164 lobos e leões-marinhos foram encontrados mortos devido à gripe aviária, de acordo com comunicado na última sexta-feira (20).
As carcaças foram encontradas nos últimos dias em Santa Vitória do Palmar (RS), ao longo de 45 km da costa. O local fica a cerca de 20 km da fronteira com o Uruguai, onde foi reportada recentemente a morte de cerca de 400 lobos e leões-marinhos, também atribuída à gripe aviária.