— O número de mulheres que são agredidas e abusadas em suas casas, por seus maridos, é muito, muito alto — disse o Papa em resposta a uma pergunta feita por uma das mulheres, chamada Giovanna — Para mim, isso é quase um ato satânico porque o agressor toma vantagem de uma pessoa indefesa, que pode somente tentar escapar dos golpes. É humilhante, muito humilhante.
Giovanna contou que ela cuida sozinha agora dos quatro filhos, após terem escapado de um lar violento.
Desde o início da pandemia de Covid-19, há quase dois anos, Francisco I se pronunciou diversas vezes contra a violência doméstica, que aumentou em muitos países, quando mulheres tiveram que ficar retidas em casa com seus abusadores.
Só na Itália, pelos cálculos da polícia, há cerca de 90 casos por dia de violência contra as mulheres, sendo que 62% deles acontecem dentro das casas.
O Papa afirmou que as mulheres agredidas não perdem sua dignidade.
— Vejo dignidade em você, porque se você não tivesse dignidade, não estaria aqui — disse a Giovanna.
Ele ouviu ainda no programa os relatos de uma mulher sem-teto que contou seu sofrimento na vida nas ruas e de um homem que tentava se reintegrar à sociedade após passar 25 anos na cadeia.
O Papa criou serviços de assistência na área de entorno do Vaticano para oferecer serviços de saúde e de cuidados pessoas à população que vive em situação de rua.
Em 2020, quando um palácio próximo à Praça de São Pedro e onde funcionara um convento ficou vazio, ele ordenou que fosse transformado em abrigo, rejeitando a proposta de conversão em hotel de luxo.