Fotos: Guilherme Pimentel
Marcelo Armôa e Guilherme Pimentel
A atuação e o compromisso do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul frente às mudanças climáticas foram destacados na manhã deste domingo (3) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, durante a Assembleia Geral do Under 2° Coalition, grupo que reúne governos regionais de todo mundo em torno de soluções para combater as mudanças climáticas e o aquecimento global. O evento acontece no contexto da COP 28 (Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas).
Gerente de Programas do Climate Group, instituição que coordena o Under2° Coalition, Rolf Bateman ressaltou que a coalisão congrega estados e regiões pelo clima. “Todos eles assumiram compromissos robustos com as mudanças climáticas e o Mato Grosso do Sul é um desses estados. Hoje, somos cerca de 170 membros signatários, que têm metas Net Zero até 2050”, informou, se referindo a neutralidade de carbono.
Ainda de acordo com Bateman, “o Estado do Mato Grosso do Sul foi um dos estados mais importantes desse contexto, pois foram os primeiros a assinar uma campanha da ONU, chamada Race to Zero, uma corrida para o zero que determinou essa primeira postulação dos estados subnacionais dos estados do mundo inteiro. No Brasil foram 12 membros que aderiram e o Mato Grosso do Sul nos ajudou a alavancar esse processo, visto a grande robustez desse compromisso do Estado”.
Secretário de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck representa o governador Eduardo Riedel na COP 28, ao lado do diretor-presidente do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), André Borges, e do secretário-executivo de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette.
O trio participou do evento “Unindo Líderes, Direcionando a Transformação”, na abertura da Assembleia Geral da Coalizão Under 2° Coalition.
“Nós aderimos ao Under2° Coalition há dois anos e hoje participamos da Assembleia Geral com mais de 170 estados subnacionais do mundo inteiro. São esses estados subnacionais que, efetivamente, fazem todo o processo adaptação e mitigação frente às mudanças climáticas. Hoje, vimos aqui que cerca de 90% dessas ações são realizadas em nível subnacional, por esses estados”, comentou o secretário Jaime Verruck.
Já Falcette informa que, no evento do Under 2° Coalition, “nós tivemos uma discussão bastante intensa sobre financiamento climático. O grande desafio que nós encontramos é como fazer com que esse dinheiro, que está em fundos privados, em empresas privadas, seja aplicado em nossos programas e ações climáticas para atingir nossa meta do Carbono Neutro”.
Segundo o secretário-executivo, foram apresentadas e debatidas ações necessárias em nível de governança para garantir o acesso aos fundos internacionais existentes.
“Tivemos uma discussão muito grande sobre como estabelecer um mecanismo de mudança e encontrar atores e parceiros que possam estar no meio dessa cadeia e que entendam, ao mesmo tempo, o setor privado, que tem o dinheiro, e o setor público, que precisa estruturar grandes projetos e trazer esse capital para dentro do seu país ou território”, comentou.
Verruck ressaltou a importância do debate sobre o processo de mudança de matriz energética pelos governos nacionais e subnacionais, com a implantação de programas de fomento à produção e o uso de fontes de energia limpa e renovável.
“A transição energética é uma questão internacional. O Brasil já faz a sua transição energética, com a adoção e fomento à produção e à utilização de combustíveis renováveis. O que temos observado é que, cada vez mais, o Brasil é percebido não mais como o problema, mas sim, parte da solução para a mudança climática no mundo”, finaliza.