Palmeiras e mais 4 times tentam impedir Europa de alcançar recorde no Mundial
Com o Bayern na disputa, europeus podem chegar à marca inédita de 8 títulos seguidos
Todos contra o Bayern de Munique (ALE), o mundo contra os europeus. É basicamente esse o cenário do Mundial de Clubes da Fifa, que começa nesta quinta-feira (4), no Qatar, com os jogos das quartas de final da competição.
Tigres (MEX) e Ulsan Hyundai (COR) se enfrentam às 11h (de Brasília, com transmissão do SporTV) para definir o adversário do Palmeiras na semifinal. Na outra chave, o vencedor do duelo entre o anfitrião Al Duhail (QAT) e o Al Ahly (EGI), às 14h30, enfrentará, na próxima, fase, os alemães.
Favorito à conquista do torneio, o Bayern poderá ajudar a estabelecer um recorde na história dos Mundiais.
Desde a sua primeira edição, em 1960, nunca um continente emendou oito títulos consecutivos –apenas a Europa e a América do Sul conquistaram o troféu. Os europeus, com sete taças de 2013 para cá, têm no clube bávaro a possibilidade de alcançar esse domínio inédito.
O máximo que o futebol europeu havia registrado até então eram cinco títulos consecutivos, domínios que foram estabelecidos em duas épocas distintas. Primeiro, de 1995 a 1999, e depois, de 2007 a 2011.
Esse período mais recente, somado à atual sequência de sete Mundiais que o Bayern poderá ampliar, ilustra como o torneio mudou de figura neste século e se tornou ambiente quase seguro para os campeões da Champions League.
Das 19 edições disputadas desde 2001, a Europa faturou 14 vezes a competição.
É esse o retrospecto que as outras equipes do Mundial deste ano tentarão derrubar no Qatar. Além do Bayern de Munique, nenhum outro participante desta edição já conquistou o título.
O Palmeiras, por exemplo, vai em busca de sua primeira taça intercontinental. Na única oportunidade que teve de ir a uma final do torneio, em 1999, caiu para o Manchester United (ING). De lá para cá, os palmeirenses tiveram de assistir ao sucesso de rivais, como o tricampeonato do São Paulo, em 2005, e as duas conquistas do Corinthians, em 2000 e 2012.
A torcida alviverde ainda convive com a piada relativa à Copa Rio de 1951, que o clube reconhece como Mundial, mas que não tem o carimbo da Fifa.
Desde 2010, quando o Internacional foi surpreendido pelo Mazembe (CON), outros três times do continente não conseguiram chegar à final: o Atlético-MG, em 2013, o Atlético Nacional (COL), em 2016, e o River Plate (ARG), em 2018.
Provação também para os mexicanos, que apesar de serem os principais representantes da Concacaf nunca decidiram um Mundial, e para o Al Ahly, do Egito, que já conquistou nove vezes a Champions africana, mas nas cinco participações que teve no Mundial não pôde passar das semifinais.
Para alimentar o desejo de quebrar a hegemonia europeia e superar o Bayern de Munique, a pandemia, que apertou calendários e aumentou a imprevisibilidade dos jogos e torneios, pode ser uma aliada para os azarões.
Nas últimas disputas de Mundial com a presença do clube, os bávaros tinham no Mundial uma certeza: ele marcaria o fim da primeira metade da temporada. A cada edição, a Bundesliga entra em recesso no mês de janeiro por conta do rigoroso inverno alemão, e os clubes só voltam a entrar em campo no fim do mês ou no início de fevereiro.
Jogar em dezembro, portanto, era o último gás antes da pausa doméstica. Foi nesse cenário que o Bayern conquistou o torneio em 2013, com Pep Guardiola, no Marrocos.
Agora, porém, o Mundial está espremido no calendário dos alemães, alterado pela Covid-19. A equipe joga contra o Hertha Berlim (ALE) pela Bundesliga na sexta (5), chega no Qatar no sábado (6) e estreia no Mundial na segunda (8).
No dia 11, o time disputa ou a decisão ou a disputa pelo terceiro lugar, e já no dia 15 volta a ter um compromisso pela liga nacional, diante do Arminia Bielefeld (ALE). Duas semanas após a participação no Mundial, a equipe bávara enfrentará a Lazio (ITA) pelo jogo de ida das oitavas de final da Champions League, buscando o bicampeonato europeu.
Um calendário cheio e que poderá equilibrar as forças com os outros times, também atrapalhados pela pandemia, mas que encaram o torneio como uma chance especial de glória.
O Palmeiras, assim como o Bayern, recebeu uma autorização para furar a quarentena exigida pelo governo do Qatar, que está fechado para turistas e só permite a entrada de residentes ou pessoas que tenham alguma missão no país –caso de jornalistas que farão a cobertura, por exemplo.
Como o clube alviverde teve compromisso pelo Campeonato Brasileiro na última terça (2), não haveria tempo de chegar ao Qatar para realizar a quarentena exigida inicialmente.
Com fortes restrições de circulação mesmo para os atletas (que não poderão fazer passeios) e a proibição do turismo no país, as torcidas dos times participantes não poderão acompanhar o Mundial.
Os estádios terão público (até 30% da capacidade), mas somente residentes, com o privilégio de acompanhar o torneio em dois dos palcos que sediarão a próxima Copa do Mundo, em 2022.
O Palmeiras só jogará no estádio Education City, em Doha, palco de sua semifinal, da disputa de terceiro lugar e da decisão. O outro é o estádio Ahmed bin Ali, localizado em Al-Rayyan.
OS ÚLTIMOS CAMPEÕES MUNDIAIS DE CLUBES
2019 – Liverpool (ING)
2018 – Real Madrid (ESP)
2017 – Real Madrid (ESP)
2016 – Real Madrid (ESP)
2015 – Barcelona (ESP)
2014 – Real Madrid (ESP)
2013 – Bayern de Munique (ALE)
2012 – Corinthians (BRA)