Liberação de áudios do VAR no Brasileiro é promessa de novelão

Haverá material vasto com drama, suspense, terror e muita comédia

FOLHA DE S. PAULO

Atenção, Netflix, Amazon Prime, Apple TV, Disney+, Globoplay, HBO Max e grande elenco, a comissão de arbitragem da CBF vai liberar os áudios da cabine de VAR dos jogos do Campeonato Brasileiro nas próximas rodadas, segundo divulgou o site do GE. Chance de material vasto para uma série em vários episódios com drama, suspense, terror e muita comédia.

Imagine se já tivesse a liberação do áudio? Só os dois últimos jogos do Flamengo dariam um episódio intrigante. Domingo, pelo Brasileiro, contra o Cuiabá. Finzinho de jogo com 0 a 0 no placar. Bola na área, Vitinho sobe e desaba no chão, atingido pelo zagueiro rival, que pulou de braços abertos. Juiz não deu nada, depois, colocou o tradicional dedinho no ouvido, ouvindo o pessoal da cabine e… nada. Segue o jogo.

Corta. Quarta-feira, pela Copa do Brasil, contra o Athetico-PR, em Curitiba. Finzinho do jogo, e o time do Rio perdendo. Bola na área, Rodrigo Caio cai, atingido pelo zagueiro rival, que pulou de braços abertos. Juiz não deu nada, depois, colocou o tradicional dedinho no ouvido, ouvindo o pessoal da cabine e… foi chamado ao vídeo e marcou pênalti.

Renato Gaúcho se irritou com o trabalho do VAR no domingo e aplaudiu sua atuação na quarta-feira – Alexandre Loureiro – 17.out.21/Reuters

Lances parecidos, decisões opostas. O personagem principal do episódio seria o técnico Renato Gaúcho, que não fala de arbitragem, a não ser quando fala de arbitragem.

Renato na quarta: “O VAR fez o trabalho dele. Chamou o Luiz Flávio de Oliveira. Ele decidiu que foi pênalti. Aliás, foi pênalti legítimo, como contra o Cuiabá […] O que não pode é cada jogo ter uma regra. Fica difícil”.

O único problema desse episódio é que o áudio não será liberado para a Copa do Brasil, a princípio, só para o campeonato nacional de pontos corridos.

Teria também o capítulo místico/sobrenatural, com Santos x Grêmio. Em campo, o resultado foi 1 a 0 para o time da Vila Belmiro, quebrando jejum de 11 jogos. O herói? Muitos dizem que foi um torcedor que, antes do duelo, jogou sal grosso em cima da cabine do VAR. Capaz que o sal tenha interferido na comunicação do VAR, que não fez marcações polêmicas contra o Santos.

E violência? Brasileiro adora um programa de “true crime”. Pois tem também. Estrelando Rodrigo Caetano, diretor de futebol do Atlético-MG. De acordo com relato do juiz no jogo contra o Santos, o dirigente foi à sala de controle do indefeso VAR e deu chutes e socos contra a porta. A reclamação teria sido ainda no primeiro tempo.

Na etapa final, o Atlético teve dois pênaltis marcados a favor e venceu por 3 a 1. Quem marcou os pênaltis? O VAR. O juiz de campo não viu nada. Mas o pobre saco de pancadas do VAR chamou, e o árbitro mudou de ideia.

Caetano nega a agressão, e o VAR tá apanhando tanto que nem fala mais.

Atlético-MG e Flamengo aparecem como dois grandes reclamões de interferências do VAR, ou que fazem contra, ou que não fazem a favor. Não por acaso, são os dois times que brigam pelo título do torneio, já se aproximando da reta final –não, amiguinho palmeirense, não tem três times na briga.

E Flamengo x Atlético-MG está marcado para o dia 30 de outubro, sábado da próxima semana, no pasto chamado de gramado do Maracanã. Tomara que até lá o áudio do VAR esteja liberado, promessa de novelão à vista.

Sandro Macedo

Sandro Macedo

Jornalista e ex-dono de videolocadora, na Folha desde 2002, com passagens por Esporte e Cultura; atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro e edita o Folhamais

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