A crise gerada pela transferência da Copa América para o Brasil, admitida pelo próprio treinador na quinta-feira, na entrevista coletiva às vésperas do jogo contra o Equador, nesta sexta-feira, pode ser a gota d’água na trajetória de Tite na seleção. O tom assumido pelo técnico nas respostas à imprensa, assertivo para seus padrões, reforçou a impressão de que a ruptura do trabalho pode estar próxima.
Entenda: O que poderia acontecer se a seleção desistisse de jogar a Copa América?
O caso se soma a outros dois episódios que incomodam o treinador: a crise institucional vivida pela CBF desde que Caboclo passou a ser ameaçado por uma funcionária, que diz ter sido alvo de comportamento inadequado do dirigente; e o vazamento, em reportagem da “ESPN”, de uma conversa entre Caboclo e Edu Gaspar, então coordenador da seleção, depois da Copa da Rússia, em 2018, em que o presidente faz duros questionamentos ao trabalho de Tite e de sua comissão técnica, em especial o auxiliar Cleber Xavier, seu braço direito.
A ordem do treinador é manter a concentração total nos dois próximos compromissos da seleção, nesta sexta-feira, contra o Equador, e terça-feira, contra o Paraguai, pelas Eliminatórias. O Brasil é líder, com quatro vitórias em quatro partidas. Tite prometeu que tanto ele quanto os jogadores deverão se manifestar mais claramente a respeito da crise depois dos jogos.
No outro lado da trincheira, Rogério Caboclo e seus aliados aguardam os próximos passos de Tite. Em caso de pedido de demissão, já existe uma alternativa no horizonte: o nome do técnico Renato Gaúcho agrada.
O treinador está sem clube desde que deixou o Grêmio, em abril, e já manifestou diversas vezes seu desejo de treinar o Brasil. O bom trabalho no tricolor gaúcho, em que foi campeão da Copa do Brasil, da Libertadores e da Recopa Sul-Americana, traria respaldo junto a torcida e imprensa.
Outra caminho no horizonte é ir ao mercado atrás de um treinador estrangeiro. Caboclo já se mostrou favorável à ideia de abrir mão de profissionais brasileiros ao tentar a contratação do espanhol Xavi para fazer parte da comissão técnica de Tite.
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