Os números da temporada 2021 colocam o Atlético-MG de Hulk atrás apenas do Cruzeiro de 2003 Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
— A gente se sente realizado pelo trabalho, mas falta a última página — disse o técnico.
Se a temporada do Atlético-MG fosse um livro, como Cuca comparou, provavelmente seria um conto de fadas. Praticamente tudo deu certo. Se confirmar a conquista da Copa do Brasil, o clube só não terá vencido a Libertadores. Ainda assim, foi até as semifinais do torneio, onde acabou eliminado para o Palmeiras com dois empates.
O aproveitamento em 2021 (75,22%) já superou o do Flamengo de 2019 (73,42%), que nos últimos anos passou a ser a principal referência nacional de time supercampeão. Um desempenho tão maiúsculo que leva ao debate: qual o lugar deste Atlético-MG na História?
Editoria de arte Foto: O Globo
Se o peso dos títulos tem valor subjetivo para o torcedor, objetivamente é possível comparar os melhores aproveitamentos de cada temporada. E, em caso de vitória ou empate hoje, o Atlético-MG de 2021 terá a segunda melhor campanha de um time neste século. A equipe de Cuca só ficará atrás do Cruzeiro de 2003.
Naquele ano, o arquirrival dos atleticanos fez sua melhor temporada na história. Em 71 jogos oficiais, conquistou 76,52% dos pontos disputados. Uma campanha que levou à conquista dos títulos mineiro, brasileiro e da Copa do Brasil — a famosa “tríplice coroa”, que o Atlético-MG pode alcançar hoje.
O Flamengo de 2019, também dono de três taças, tem o quarto melhor aproveitamento do século. Anda fica atrás do Cruzeiro de 2013 (74,44%). Já o Palmeiras de 2020, embora também tenha faturado três títulos, fez um Brasileiro mediano e acabou a temporada com 61,04%, bem inferior ao do rubro-negro carioca neste ano (69,05%).
Com os dois clubes mineiros no topo da lista das melhores temporadas do século, as comparações são inevitáveis. O Cruzeiro de 2003 teve um ataque mais eficiente. Foram impressionantes 168 gols, uma média de 2,3 por jogo. O Atlético-MG deste ano marcou, até agora, 134 vezes, o que dá 1,81 por compromisso.
A máquina de gols cruzeirense teve no quarteto formado por Alex, Deivid, Ariztizábal e Mota seus principais goleadores, sendo o camisa 10 o artilheiro da equipe naquele ano, com 38 em 62 partidas (média de 0,61). Os quatro foram responsáveis por 118 gols — 70,24% da artilharia total.
Já o Galo de Cuca tem seu poder de fogo concentrado em Hulk. Até agora, o camisa 7 balançou as redes 35 vezes em 67 jogos na temporada (média de 0,52). Para se ter uma ideia, o segundo lugar entre os maiores goleadores da equipe é dividido entre Vargas e Zaracho. Somados, os gols da dupla não alcança os do centroavante. Cada um deles marcou 13.
É atrás que o Atlético-MG de 2021 se destaca na comparação com o Cruzeiro de 2003. Foram 51 gols sofridos, o que dá uma média de 0,69 em cada um dos 74 jogos da temporada. Já o rival teve sua defesa vazada 67 vezes há 18 anos — a marca é de 0,94 em cada uma das 71 partidas.