Geralmente, segundo Salomão, a prática mais comum usada pelos estelionatários para conseguir transferências por PIX, é a do telefone clonado. “Eles analisam as conversas do usuário e começam a pedir dinheiro emprestado, bloqueando o telefone para que a vítima não consiga identificar. O mais importante, para evitar a clonagem, é fazer com que o seu telefone tenha duas etapas de confirmação”, disse. No caso de dúvida, o superintendente orienta o consumidor a certificar se a pessoa que está do outro lado da linha é ela mesma, marcando um encontro presencial para então fazer o PIX. “Não faça transferência por impulso, marque presencialmente. Se cerque de todas as garantias para que você não caia no golpe do empréstimo do PIX do telefone clonado. Clonagem do telefone é o primeiro passo para os estelionatários”, alertou.
O superintendente também destaca outro golpe muito comum nos últimos anos, aplicado através de links compartilhados pelo Whatsapp, ou outras redes sociais. “Eles mandam o link para baixar um aplicativo, como se fosse um vendedor, uma empresa ou até mesmo um amigo e, esse link, é um vírus que vai entrar nesse telefone e ver todos os dados e informações, inclusive se estiver gravado em seu celular, suas senhas bancárias. Ele vai conseguir entrar na sua conta e fazer a transferência. Então, não baixe links sem antes se certificar se ele é verdadeiro e não é uma fraude”, disse.
A Superintendência para a Orientação e Defesa do Consumidor recebeu número expressivo de denúncias, principalmente na pandemia, de golpes virtuais para pagamento de PIX. A facilidade da movimentação financeira por essa ferramenta é um copo cheio para os criminosos. Caso o consumidor tenha feito alguma transferência de PIX, após cair em golpe, o superintendente orienta para que procure a delegacia de polícia, registre o boletim de ocorrência e, posteriormente, formalize uma reclamação no Procon-MS. “Faça uma reclamação junto a superintendência para que possamos defender o consumidor e localizar esses estelionatários junto com a Delegacia do Consumidor”, disse.
Suspensão do PIX
Nesta semana, o Procon de São Paulo solicitou a suspensão da ferramenta até que o Banco Central apresente medidas significativas para a segurança do consumidor, mas o Procon-MS sai em defesa da permanência do PIX, sem abrir mão, também, da segurança para o usuário. “A suspensão da ferramenta seria um retrocesso. Somos a favor de criar novos modelos para que o usuário tenha segurança dessa transação ou limitação de transferência, mas sempre garantindo a segurança do usuário. O Procon-MS não é contra o PIX, ao contrário, somos extremamente a favor da ferramenta, que é gratuita e tem ajudado muitos consumidores no pagamento dos seus compromissos, sem custo. Antigamente nós fazíamos transferências por DOC ou por TED e isso gera um custo para o consumidor. O PIX não! É rápido, na hora, e não tem um custo”, disse.
Joilson Francelino, Subcom
Foto: Saul Schramm