Apesar de uma redução no volume de exportações do produto no segundo trimestre, a soma do total apurado nos dois períodos garantiu a liderança do ranking ao Estado. No primeiro trimestre os produtores de Mato Grosso do Sul exportaram US$ 1.220.491 e no segundo, US$ 993.931, redução de 19%. Já o Paraná, o maior produtor do peixe no país, vendeu ao exterior US$ 747.026 no primeiro trimestre e US$ 1.219.761 no segundo, o que representou um aumento de 63% em relação ao período anterior.
Há outra diferença importante nos subprodutos exportados por cada estado. No caso do Mato Grosso do Sul, a maioria das exportações é de filé fresco (77%), já o Paraná concentra suas exportações em produtos impróprios para alimentação humana, como escama ou pele de tilápia (40%). Tilápia inteira congelada representam outros 38% das exportações paranaenses e filé fresco, apenas 19%. Em Santa Catarina, terceira colocada no ranking, quase todo o volume é de óleos e gorduras (99%).
Estados Unidos (45%), China e Chile (13%) e Colômbia (12%) são os principais destinos das exportações brasileiras de peixes. As exportações aumentaram 83% no 2º trimestre, comparando-se com o mesmo período de 2020, atingindo US$ 3,9 milhões. Os maiores volumes foram exportados em junho (US$ 1,8 milhão) e a principal categoria exportada no 2º trimestre, com US$ 1,1 milhão, foi a de peixes inteiros congelados, sendo que a tilápia foi a principal espécie exportada no período, somando US$ 3,4 milhões.
Produção
Em junho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento autorizou a instalação de mais 120 hectares de tanques-rede no lago da usina de Porto Primavera, em Brasilândia, podendo chegar a 500 hectares, para criação de tilápia. A solenidade contou com a presença da ministra Tereza Cristina e do secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
Verruck destacou que esta evolução no setor tem relação direta com o programa estadual “Propeixe”, que tem o objetivo de aumentar a produção e exportação do produto no Estado. O programa ainda prevê o apoio à viabilidade de crédito e recursos financeiros ao setor e premiação para aos produtores.
A produção de tilápias em larga escala é uma atividade recente em Mato Grosso do Sul. Dois projetos se destacam: da Tilabras e da Geneseas, ambos estabelecidos na Costa Leste do Estado. Com o aporte dessa área para criação em tanques-rede, a produção de tilápias deve saltar de 19 milhões para 60 milhões de toneladas/ano em um curto período de tempo, devendo ocupar o topo do ranking nacional.
Em 2022, o Estado deverá ter a primeira indústria frigorífica de pescados que irá produzir tilápia enlatada no Brasil. O empreendimento da Frescomares será construído em uma área de 73 hectares no município de Itaporã, com investimento total de R$ 20 milhões e previsão de geração de 120 empregos por turno, sendo que, no auge da produção, a indústria deverá funcionar em 3 turnos.
Publicado por: João Prestes