Desemprego em agosto cai para o menor nível desde 2012
A taxa ficou em 6,6% no trimestre encerrado no mês passado, e população desocupada é a menor desde 2015
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,6% no trimestre encerrado em agosto de 2024. O número recuou 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre de março a maio de 2024 (7,1%) e caiu 1,2 p.p. ante o mesmo trimestre de 2023 (7,8%). Esta foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em agosto na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD Contínua), iniciada em 2012. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A população desocupada (7,3 milhões) recuou nas duas comparações: -6,5% (menos 502 mil pessoas) no trimestre e -13,4% (menos 1,1 milhão de pessoas) no ano. Foi o menor contingente de desocupados desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.
A população ocupada (102,5 milhões) foi novo recorde da série histórica iniciada em 2012, crescendo em ambas as comparações: 1,2% (mais 1,2 milhão de pessoas) no trimestre e 2,9% (mais 2,9 milhões de pessoas) no ano. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi a 58,1%, crescendo nas duas comparações: 0,6 p.p. ante o trimestre móvel anterior (57,6%) e 1,2 p.p. no ano (57,0%).
A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (5,1 milhões) não teve variação significativa no trimestre e recuou 4,1% (-219 mil) no ano. A população fora da força de trabalho (66,5 milhões) recuou 0,5% (-321 mil) no trimestre e não teve variação significativa no ano.
Queda dos “desalentados”
A população desalentada (3,1 milhões) chegou ao menor contingente desde o trimestre encerrado em maio de 2016 (3,0 milhões), recuando 5,9% (menos 195 mil pessoas) no trimestre e 12,4% (menos 442 mil pessoas) no ano. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (2,8%) recuou 0,2 p.p. no mês e 0,4 p.p. no ano.
Com e sem “carteira”
O número de empregados no setor privado chegou a 52,9 milhões, novo recorde da série iniciada em 2012, com altas de 1,7% (mais 882 mil pessoas) no trimestre e de 4,9% (mais 2,5 milhões de pessoas) no ano. O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (menos os trabalhadores domésticos) chegou a 38,6 milhões, mais um recorde.
Houve alta de 0,8% (mais 317 mil pessoas) no trimestre e de 3,8% (mais 1,4 milhão de pessoas) no ano. O número de empregados sem carteira no setor privado (14,2 milhões) também foi recorde, com altas de 4,1% (mais 565 mil pessoas) no trimestre e de 7,9% (mais 1,0 milhão de pessoas) no ano.
Mais recordes
O número de trabalhadores por conta própria (25,4 milhões) ficou estável nas duas comparações, assim como o número de trabalhadores domésticos (5,8 milhões) e de empregadores (4,3 milhões). Já o número de empregados no setor público (12,7 milhões) foi recorde, subindo 1,8% (221 mil pessoas) no trimestre e 4,3% (523 mil pessoas) no ano.
A taxa de informalidade foi de 38,8% da população ocupada (ou 39,8 milhões de trabalhadores informais) contra 38,6 % no trimestre encerrado em maio e 39,1 % no mesmo trimestre de 2023.
Rendimento
O rendimento real habitual de todos os trabalhos (R$ 3.228) ficou estável no trimestre e cresceu 5,1% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$ 326,2 bilhões) cresceu 1,7% (mais R$ 5,5 bilhões) no trimestre e 8,3% (mais R$ 24,9 bilhões) no ano.
A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), no trimestre de junho a agosto de 2024, foi estimada em 109,8 milhões de pessoas, novo recorde da série histórica iniciada em 2012. Esta população cresceu nas duas comparações: 0,6% (mais 683 mil pessoas) ante o trimestre encerrado em maio de 2024 e 1,6% (mais 1,7 milhão de pessoas) no ano.
Grupos de atividade
A análise da ocupação por grupos de atividade ante o trimestre de março a maio de 2024 mostrou aumento apenas no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (1,9%, ou mais 368 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
Frente ao trimestre de junho a agosto de 2023 houve aumento nos grupamentos: Indústria Geral (4,2%, ou mais 526 mil pessoas), Construção (5,2%, ou mais 370 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (2,6%, ou mais 486 mil pessoas), Transporte, armazenagem e correio (6,0%, ou mais 325 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (5,7%, ou mais 699 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,4%, ou mais 614 mil pessoas) e Outros serviços (5,6%, ou mais 293 mil pessoas). Houve redução no grupamento de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (4,2%, ou menos 354 mil pessoas).
Rendimento por grupo
A análise do rendimento médio mensal real habitualmente recebido no trabalho principal, segundo os grupamentos de atividade, do trimestre móvel de junho a agosto de 2024, ante o trimestre de março a maio de 2024, mostrou aumento na categoria de Construção (4,6%, ou mais R$ 110). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
Ante o mesmo trimestre de 2023, houve aumento nas categorias: Indústria (7,3%, ou mais R$ 215) Construção (6,3%, ou mais R$ 148) Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (4,0%, ou mais R$ 103) Transporte, armazenagem e correio (4,8%, ou mais R$ 138) Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,6%, ou mais R$ 196) e Outros serviços (6,7%, ou mais R$ 156). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
Todas as posições de ocupação mostraram estabilidade no rendimento médio mensal real em relação ao trimestre de março a maio de 2024. Frente ao trimestre de junho a agosto de 2023, houve aumento nas categorias: Empregado com carteira de trabalho assinada (3,4%, ou mais R$ 99) Empregado sem carteira de trabalho assinada (8,4%, ou mais R$ 173) Empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) (3,4%, ou mais R$ 159) e Conta-própria (7,0%, ou mais R$ 171).
Fonte: Metrópoles