Com projeto pronto, Governo inclui abastecimento de água às aldeias de Dourados no PAC

Fotos: João Garrigó

Diana Gaúna

Um esforço do Governo do Estado para auxiliar a União. Esse é o intuito do projeto piloto de abastecimento de água nas aldeias indígenas Jaguapiru e Bororó, inserido no novo PAC Seleções. No total, o programa vai injetar R$ 1,7 trilhão em todo o Brasil até 2026, sendo R$ 44,7 bilhões para o Mato Grosso do Sul.

Em entrevista à imprensa de Dourados, na manhã desta terça-feira (24), o vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha) informou que o projeto será inserido no PAC. Barbosinha – que foi presidente da Sanesul por sete anos – é o coordenador do Grupo de Trabalho (GT) do Governo do Estado, responsável pela elaboração do projeto para garantir o acesso a água potável às aldeias do município.

“Esse problema é antigo, por isso precisamos de unidade para resolver a questão. O Governo do Estado solicitou a Sanesul – empresa que possui expertise sobre o assunto – um estudo para garantir o abastecimento de água para as cerca de 6 mil famílias que residem nas aldeias indígenas Jaguapiru e Bororó pelos próximos 10 anos. Com o projeto pronto, enviamos ao Ministério das Cidades, mas houve uma negativa. Então incluímos no PAC, para oferecer uma vida com dignidade para essas famílias e tornar o projeto referência para todas as aldeias do Brasil”, afirmou.

Mesmo sendo de competência da SESAI – órgão do Ministério da Saúde responsável pela atenção primária à saúde e pelo saneamento para os povos indígenas aldeados no Brasil, o Governo do Estado solicitou à Sanesul um projeto macro, com o quantitativo de poços e reservatórios necessários para atender toda a Reserva Indígena pelos próximos 10 anos.

Vice-governador, Barbosinha, em entrevista

Além disso, a companhia de água e saneamento realizou este ano ações paliativas para combater a falta de água, abrindo mais de 5 mil metros de rede, 2,5 mil metros de ramais para 151 famílias, algumas que estavam há mais de 20 anos sem água.

“A gente vê muita gente preocupada com os índios, mas quando manda uma proposta concreta e objetiva, quer outra ação paliativa como a que tem lá. Vai resolver por pouco tempo. Precisamos de novos poços, novos centros de reservação e novas redes de distribuição. Aliado a isso, um sistema medidor. Entendemos que colocar hidrômetro é fundamental, porque senão tem gente que vai ter água demais, com tanque de peixe, piscina e outros sem nada. Hoje agua é uma questão de poder dentro da aldeia”, disse.

De acordo com Barbosinha, toda a equipe da SESAI não consegue resolver a questão do abastecimento de água nas aldeias de Dourados.

“São profissionais capacitados, mas pela quantidade de pessoas, é humanamente impossível. Imagina no Estado inteiro. Quando acaba água, a Sanesul é que manda caminhão pipa para as aldeias. É responsabilidade do Governo do Estado? Não. Agora é justo deixar essas famílias sem água? Esse é o diálogo que nós precisamos construir com o Governo Federal. Menos proselitismo político e mais ação”, destacou.

A Reserva Indígena de Dourados tem cerca de 25 mil habitantes que vem sofrendo há anos com a falta de abastecimento constante de água potável. O Novo PAC segue com as inscrições abertas até dia 10 de novembro de 2023. Os editais reservam R$ 136 bilhões para as obras, sendo R$ 65,2 bilhões na primeira etapa de seleção e R$ 70,8 bilhões na segunda.

No site do Novo PAC é possível acessar os links para realizar a inscrição de projetos: https://www.gov.br/casacivil/novopac/selecoes

 

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