Seminário realizado na Câmara discute o impacto do racismo estrutural na saúde da mulher negra e quilombola

Foi realizado na tarde de ontem (13), na Câmara Municipal, o seminário “o impacto do racismo estrutural na saúde da mulher negra e quilombola”. O encontro foi feito em parceria com a vereadora Luiza Ribeiro, a deputada estadual Gleice Jane (PT), a deputada federal Camila Jara (PT) e a Coletiva Sempre Vivas.

O seminário promoveu uma discussão franca e abrangente sobre as implicações do racismo estrutural na saúde das mulheres negras e quilombolas. Através de uma abordagem interdisciplinar, reuniremos especialistas e profissionais de diversas áreas para explorar os desafios enfrentados por essas comunidades e buscar soluções para a promoção da equidade e igualdade na saúde.

Para a vereadora, “essa iniciativa foi feita por mulheres, para fazer uma série de debates, com o pessoal da Coletiva Sempre Vivas. Essa articulação tem um valor especial, as mulheres se movimentam junto aos mandados feministas. O tema de hoje, recorrente ao mês das pretas, mas também para tratar e provocar discussões a respeito dos impactos do racismo dentro desse viés, a saúde das mulheres. É inédito em Campo Grande este evento, dessa qualidade, com um tema tão preciso e forte. Devemos nos atentar para o racismo estrutural que permeia nossa sociedade e entender como isso pode ser rompido. Nós precisamos ouvir e entender essas mulheres para entender o problema que atinge elas e sua saúde e como podemos promover políticas públicas para romper essa situação”, destacou.

A Deputada Estadual Gleice Jane, participou do debate e destacou o compromisso de estar fazendo essas discussões. “Nós estamos numa parceria entre o legislativo municipal, estadual e federal, discutindo a vida das mulheres. Muitas mulheres relatam que dentre os seus problemas está a opressão, a violência, e a partir desse debate ouvindo essas mulheres para pensar políticas necessárias para fazer um enfrentamento ao racismo, ao preconceito, ao machismo e queremos garantir a todas as mulheres uma boa qualidade de vida”, disse.

Esse seminário é o segundo encontro do ciclo de discussões sobre a saúde das mulheres sul-mato-grossenses organizados pelos mandatos das parlamentares. O primeiro foi em maio, na Assembleia Legislativa.

Manuela Nicodemos, membro do Coletiva, relatou que “Nós da Coletiva Sempre Vivas, estamos participando do mês julho das pretas, que é um movimento que acontece para chamar a atenção para todas as dimensões das mulheres e meninas negras e aqui em Campo Grande estamos realizando este ciclo de seminários para dar visibilidade aos dados que chamam atenção para localizar o que as mulheres negras e quilombolas sofrem”.

Cleusa Pedrosa, membro do Coletiva, contou que enquanto mulher negra ela sofre todas as dores de uma sociedade racista. “Para nós é muito importante estar aqui e discutir nesse espaço a nossa saúde. Se não houver uma sensibilização, uma construção de uma política para romper esse racismo estrutural, seremos sempre doentes então é de suma importância o que está acontecendo aqui”.

Deputada Camila Jara, deixou uma mensagem durante o seminário. “Fazer um seminário para debater a saúde das mulheres pretas e quilombolas em Mato Grosso do Sul é fundamental. A gente sabe que o racismo afeta de diversas formas a nossa sociedade e isso também impacta na saúde e em como essas mulheres são tratadas. Que a gente consiga encontrar soluções para combater o racismo e para evitar tratamentos diferenciados para todas as mulheres”, finalizou.

Ao final do debate foram anotadas e serão encaminhadas onze propostas de políticas públicas para a saúde das mulheres negras e quilombolas. A Deputada Gleice deixou uma reunião já agendada para discutir com as mulheres que apresentaram as propostas, no próximo semestre deste ano.

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