Seminário internacional sobre contrabando e crime organizado acontece nessa quinta (15/6)
Nessa quinta (15/6), a partir das 08h30 – (09h30 no horário de Brasília)- , especialistas internacionais do Chile, Peru e Bolívia, além de representantes de associações empresariais e autoridades estatais irão participar do seminário “Do Comércio Informal ao Crime Organizado: Os desafios da região frente ao contrabando”. O evento será realizado simultaneamente no Hotel Casa Grande, em La Paz, e no auditório do CAINCO, em Santa Cruz, na Bolívia, mas pode ser acessado gratuitamente e online.
O encontro irá analisar a transformação da atividade, que na região deixou de ser uma simples travessia transfronteiriça de mercadorias por varejistas para se tornar um crime em conluio com o tráfico de drogas, roubo de carros, tráfico de pessoas e outros crimes transfronteiriços perpetrados por redes mafiosas.
Como consequência dessas alianças criminosas, o contrabando está se tornando um problema que transcende os graves danos à economia, já afetando a segurança do Estado. Os confrontos entre contrabandistas e as forças de segurança do Estado encarregadas estão se tornando cada vez mais violentos e, nos últimos dois anos, começaram a ceifar a vida não apenas de militares, mas também de contrabandistas, além de um número considerável de feridos de ambos os lados.
Para abordar esse problema complexo a partir de diferentes perspectivas, o evento contará com apresentações de representantes de associações empresariais da Bolívia, como a Câmara Nacional de Indústrias e a Câmara de Indústria, Comércio, Serviços e Turismo de Santa Cruz. As organizações empresariais da região serão representadas por José Pakomio, Presidente da Câmara Nacional de Comércio, Serviços e Turismo do Chile, e Silvia Hooker, Gerente de Assuntos Internacionais da Sociedade Nacional de Indústrias do Peru.
Também está prevista a participação de setores industriais particularmente afetados pelo contrabando, como as indústrias de farmácia, de cervejas e de cigarros, que mostrarão os efeitos negativos desse crime sobre a competitividade da indústria boliviana por meio de exemplos específicos. O Vice-Ministro de Combate ao Contrabando da Bolívia, Pedro Vargas, completa a lista de palestrantes. Ele irá falar sobre a mudança violenta que o contrabando tomou nos últimos anos em sua aliança com o crime organizado e outros crimes transfronteiriços, como tráfico de drogas, tráfico e contrabando de pessoas e roubo de veículos.
Números do contrabando
De acordo com estimativas da Câmara Nacional da Indústria, o contrabando gera um faturamento econômico anual de US$ 3,5 bilhões na Bolívia, o equivalente a 6,7% do produto interno bruto do país. Isso leva uma perda econômica de US$ 600 milhões somente com a evasão de impostos. A estimativa da instituição é que 600 mil empregos e mais de 37 mil empresas sejam afetados diretamente pelo contrabando.
País de trânsito
Como consequência da desvalorização da moeda de todos os seus vizinhos de fronteira, a Bolívia tornou-se não apenas um destino final para mercadorias ilegais, mas também um país que afeta as economias de países vizinhos, por ser um país de trânsito para o contrabando, por exemplo, de cigarros do Paraguai para o Peru, o Chile e também para o Brasil. Um relatório do Congresso do Paraguai, divulgado no final de 2022, mostrou os resultados de uma investigação sobre uma suposta rede de contrabando de cigarros e lavagem de dinheiro com origem no país guarani, com ramificações em vários países da região.
De acordo com o Relatório Mundial da Cocaína 2023, publicado em março, um dos mais importantes grupos criminosos do país usa a mesma logística para traficar drogas ilegais ou tabaco, graças ao controle que tem sobre os corredores de contrabando entre a Bolívia e o Paraguai.
Serviço:
Seminário: “Do Comércio Informal ao Crime Organizado: Os desafios da região frente ao contrabando”
Quando: 15 de junho – a partir das 08h30 – (09h30 no horário de Brasília)
Inscrições: Link