Foram realizadas provas de 60m, 75m, 100m, 150m, 200m, 250m, 400m, 800m, 1.000m, 1.500m, salto em distância, arremesso de peso e lançamentos de pelota, dardo e disco com estudantes de 11 a 18 anos (feminino e masculino).
Para a diretora-geral dos Jogos e gerente de atividades desportivas da Fundesporte, Karina Pereira Quaini, é satisfatório ver que o Governo do Estado segue atuando ativamente com o paradesporto em Mato Grosso do Sul.
“Trazer essas crianças e adolescentes para competir em um momento de Paralimpíadas em Tóquio, onde o nosso Estado está sendo bem representado, serve de motivação para que esses atletas continuem o seu treinamento em seus municípios.”
Ao longo do dia, a paratleta HavilaVitória Soares, de 16 anos, que é contemplada pelo Bolsa Atleta, foi um dos destaques no Parque Olímpico. A estudante do 1º ano do ensino médio garantiu a primeira colocação nas provas de 100m, salto em distância e 400m.
“Conheci a modalidade na escola há dois anos quando uma professora me apresentou. Fui em uma competição, conheci o professor Daniel Sena e comecei a treinar com ele desde então. No futuro, eu espero ser uma ótima atleta”, afirma Havila.
Devido à deficiência visual, a paratleta compete nas classes T12, ou seja, com o apoio de um atleta-guia: o Hugo Pedro, de 23 anos. Ele está no mundo dos esportes há 11 anos, sendo dois anos como atleta-guia.
“Recebi o convite do professor Daniel Sena para atuar como atleta-guia e eu gostei, porque eu posso tanto ensinar, como aprender. É uma inspiração para mim, quanto para ela. Eu quero vê-la crescer, porque eu acho que ela tem bastante futuro e nós estamos trabalhando para isso, treinando educativos, passadas, saídas de bloco, curva e coordenação motora” comenta Hugo.
A cada prova realizada, as torcidas de cada delegação demonstravam, respeitando as medidas de biossegurança, toda a sua animação nas arquibancadas. Uma das provas que mais empolgou os presentes foi a final acirrada dos 75m masculino, sub-16.
Mesmo há um ano sem treinar por conta da pandemia de Covid-19, Luis Angelo Paes Marquesan, que possui paralisia cerebral, foi o primeiro a cruzar a linha de chegada – ele ainda faturou o ouro nas provas de 250m e salto em distância.
Com muito orgulho, a mãe do estudante de 14 anos, Dirleia Patrícia Monteiro Paes, revela que ele conheceu o esporte adaptado com nove anos em sua Escola Estadual e desde então é apaixonado por atletismo.
“É muita satisfação ver esses resultados positivos, pois significa que se estivesse treinando, ele teria melhorado o potencial dele. Ele fala que gosta do esporte, então a gente só incentiva e eu fico cheia de orgulho! Desde que nasceu, ele se esforça para ser o número um na vida da gente”, diz com os olhos marejados.
Ao todo, participaram das Paralimpíadas 60 estudantes dos municípios de Campo Grande, Chapadão do Sul, Dourados, Rio Brilhante, Sidrolândia e Três Lagoas. Inclusive, esta foi a primeira participação de Chapadão do Sul no Paraesc/MS e de acordo com o secretário de Esportes e chefe da delegação, Altair Antônio Trentin, a presença da equipe já está garantida nas próximas edições.
“Chapadão do Sul poder proporcionar a vinda desses meninos para cá e ver a alegria deles competirem, isso não tem preço. Então é a primeira vez e agora será constante, com certeza. Também queremos parabenizar a Fundesporte e todo pessoal da equipe, pois os jogos estão perfeitos e nós estamos muito felizes de estarmos aqui”, declarou.
Além do paratletismo, as modalidades de bocha adaptada e tênis de mesa fizeram parte das Paralimpíadas Escolares de 2021. Vale destacar que algumas modalidades como futebol de sete, judô e parabadminton já estão classificadas para a etapa nacional, que será realizadade 22 a 27 de novembro, em São Paulo.
Para conferir os resultados de todas as provas realizadas neste sábado e a pontuação geral das equipes, clique aqui.
Texto: Ana Letícia Gaúna, SAD
Fotos: Saul Schramm