Dos 12 detidos durante ataque, 6 foram soltos, diz governador do Rio
“Das 12 pessoas que foram detidas ontem, 6 foram confirmadas a prisão. Temos indícios de autoria e materialidade. Outras seis, por falta de indícios foram soltas, mas, as investigações e o monitoramento dessas pessoas continuam”, afirmou.
A polícia não conseguiu provar que eles estavam envolvidos nos ataques em represália à morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, o Faustão. Os outros seis presos serão indiciados por terrorismo, e a denúncia contra eles será encaminhada ao Ministério Público.
“A gente não vai ficar fazendo número se não há indício de autoria e materialidade. Ninguém está querendo arrumar volume para ser culpado”, completou.
“Minha orientação é para toda a força do Rio de Janeiro na rua. Viaturas, carros blindados, helicópteros, drones, tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar, Polícia Penitenciária também com nível máximo de cuidado e de alerta. Até estar totalmente estabilizado, assim vai ser a nossa postura para garantir que o cidadão tenha tranquilidade e o seu direito de ir e vir preservado”, disse em entrevista coletiva.
Um dia após um ataque que deixou dezenas de ônibus queimados em retaliação contra a morte de um miliciano, o governador afirmou que o fornecimento de energia e o transporte coletivo funcionam dentro da normalidade.
“No meio da madrugada, fui comunicado que a energia já havia sido restabelecida em quase toda a totalidade. Só tínhamos questões pontuais ainda para o restabelecimento. Já falei ontem, falei de madrugada e agora de novo com o prefeito Eduardo Paes (PSD). Temos aí 80% da frota dos ônibus já funcionando e o trem na normalidade”, garantiu.
O governador afirmou ainda que vai tentar encontrar o ministro da Defesa, José Múcio, em Brasília na quarta-feira. Ele vai pedir o reforço das forças federais nas estradas que levam ao Rio de Janeiro.
Castro também disse que vai se encontrar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para pedir o endurecimento da legislação para crime de terrorismo.
“Vamos fazer um pedido claro para que a gente endureça a legislação federal. Crime de terrorismo não pode ter progressão de pena”, disse.
Castro afirmou que tratará suspeitos de ataques como o da noite de segunda como terroristas.
“Da Polícia Civil, qualquer coisa nesse sentido, a partir de hoje, será encarado como terrorismo. A gente tem que colocar os pingos nos is, falar a verdade. A verdade é que isso é terrorismo e assim será encarado pelo governo do estado”, disse.
Nesta manhã, Castro voltou a falar que as forças de segurança do Rio estão focadas em prender as lideranças do crime organizado no estado. Na segunda, o governador já tinha afirmado que o foco da polícia são os três chefes dos principais grupos criminosos que atuam no território fluminense. São eles os milicianos Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, e Danilo Dias Lima, o Tandera, e um dos chefes do Comando Vermelho, Wilton Quintanilha, chamado de Abelha.
Para isso, no entanto, Castro pediu para que haja integração com o governo federal. O governador afirmou que há informações de que criminosos de 12 estados estão escondidos no Rio.
“Esse não é um problema do Rio de Janeiro, é um problema do Brasil. Hoje são verdadeiras máfias que estão alastrando pelo Brasil inteiro”, afirmou.
Sem dar detalhes, Castro disse que já está tendo operações de busca e apreensão nesta manhã para tentar chegar a Zinho. O miliciano morto na ação da Polícia Civil de segunda era sobrinho de Zinho. Faustão foi ferido durante confronto com os agentes, chegou a ser preso, mas morreu em seguida, de acordo com o governo estadual.
Junto com Faustão, um outro homem também foi preso. A Polícia Civil, no entanto, não informou a identidade dele.
“É uma prisão dura, difícil. Se fosse fácil, já teriam feito antes”, disse Castro sobre a prisão de Zinho.
Nesta tarde, o governador vai se reunir com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappell, com o secretário nacional de Segurança Pública da pasta, Tadeu Alencar, e com o comandante da Força Nacional, o coronel Fernando Alencar. Também devem participar da reunião os superintendentes da Polícia Federal e da PRF (Polícia Rodoviária Federal).