Com 2.798 mortes por Covid-19, Brasil bate novo recorde em 24h; SP, RS, SC, PR e MS tiveram seu pior dia na pandemia

Cemitério com novas covas, em Manaus, no fim de 2020 Foto: Bruno Kelly/Reuters / Reuters
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País totaliza 282 mil vidas perdidas para o novo coronavírus

O Globo

RIO — O Brasil registrou nesta terça-feira 2.798 mortes por Covid-19, um novo recorde em 24h. Isso equivale a quase 2 óbitos por minuto. O país contabiliza 282.400 vidas perdidas para o novo coronavírus desde o começo da pandemia.

O marco ocorre um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro nomear o cardiologista Marcelo Queiroga como o novo ministro da Saúde, o quarto desde a chegada do vírus ao Brasil.

A média móvel de mortes alcançou seu patamar mais alto pelo 18º dia consecutivo: 1.976. O cálculo é 48% maior do que o registrado duas semanas atrás.

Doutor em Epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo Petry avalia que o recorde de mortes é “um absurdo”, mas que pode ser explicado diante da quantidade de pessoas que estariam desdenhando da força da pandemia, além da ineficácia da campanha de imunização do governo.

Imperial College:Taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil sobe para 1,23

Petry também atribui o alto índice de letalidade ao colapso do sistema de saúde e à exaustão das equipes médicas.

— Vemos filas por leitos, e a cada dia o quadro do paciente vai piorando. Por isso, quando chega À UTI, sua situação está muito grave.

Na avaliação de Mellanie Fontes-Dutra, biomédica e neurocientista (UFRGS), divulgadora científica pela Rede Análise Covid-19, a redução ou não das mortes depende do engajamento da sociedade.

— Se reduzirmos a mobilidade, os contatos, aderirmos às restrições e às medidas de enfrentamento, ainda veremos números altos por cerca de duas a quatro semanas, muito em função do atraso de notificação. No entanto, serão poucas semanas se comparado a um cenário em de não redução da mobilidade.

Cinco estados bateram, nesta terça, seus recordes de mortes em 24h desde o começo da pandemia:

  • São Paulo – 679 óbitos
  • Rio Grande do Sul – 501 óbitos
  • Paraná – 307 óbitos
  • Santa Catarina – 167 óbitos
  • Mato Grosso do Sul – 39 óbitos

Desde 20h de segunda-feira, 84.124 novos casos foram notificados pelas secretarias de saúde, totalizando 11.609.601 infectados pelo Sars-CoV-2. A média móvel foi de 69.226 diagnósticos positivos, 22% maior do que o cálculo de 14 dias atrás.

A “média móvel de 7 dias” faz uma média entre o número do dia e dos seis anteriores. Ela é comparada com média de duas semanas atrás para indicar se há tendência de alta, estabilidade ou queda dos casos ou das mortes. O cálculo é um recurso estatístico para conseguir enxergar a tendência dos dados abafando o ruído” causado pelos finais de semana, quando a notificação de mortes se reduz por escassez de funcionários em plantão.

Vinte e quatro estados atualizaram seus dados sobre vacinação contra a Covid-19 nesta terça-feira. Em todo o país, 10.389.077 pessoas receberam a primeira dose de um imunizante, o equivalente a 4,91% da população brasileira. A segunda dose da vacina, por sua vez, foi aplicada em 3.791.197 pessoas, ou 1,79% da população nacional.

Os dados são do consórcio formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo e reúne informações das secretarias estaduais de Saúde divulgadas diariamente até as 20h. A iniciativa dos veículos da mídia foi criada a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde.

 

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